O presidente da França, Emmanuel Macron, dissolveu a assembleia nacional do país e marcou novas eleições para os dias 30 de junho e 7 de julho. A decisão vem após a aliança de Macron, liderada pelo partido de centro direita Renascimento, perder na eleição do Parlamento Europeu para a sigla de extrema direita Reagrupamento Nacional.
Em anúncio televisionado, Macron afirmou que "a ascensão de nacionalistas e demagogos é um perigo não só para nossa nação, mas também para a Europa e para o lugar da França na Europa e no mundo".
A eleição para o Parlamento Europeu acontece da seguinte forma: cada um dos 27 países do bloco escolhe seus eurodeputados. O tamanho da bancada é relativo à população do país. A partir da eleição deste ano, a França passou a possuir 81 cadeiras na casa.
A extrema direita francesa ficou com algo entre 32,3% e 33% dos votos, enquanto a aliança capitaneada pelo partido de Macron ficou com algo entre 14,8% e 15,2%. A lista do partido Reagrupamento Nacional é encabeçada por Jordan Bardella, de 28 anos. A principal líder da legenda é Marine Le Pen, que perdeu a eleição presidencial francesa para Macron em 2022.
Também no anúncio televisionado, Macron disse que: "A principal lição é clara: não é um bom resultado para os partidos que defendem a Europa, incluindo a maioria presidencial".
Ultradireita avança
A vitória da extrema direita na França não foi um caso isolado. Outros países também viram siglas extremistas ganharem poder dentro do Parlamento Europeu. É o caso da Alemanha: o partido Alternativa para a Alemanha, conhecido pela sigla AfD, passa a ser a segunda maior legenda alemã dentro do Parlamento Europeu - até agora, ela ocupava a quarta posição.
O AfD é mal visto mesmo dentro da extrema direita. Há cerca de duas semanas, a coligação Identidade e Democracia (ID), formada por partidos de extrema direita do Parlamento Europeu, expulsou a AfD de suas fileiras após um dirigente do partido afirmar que os membros da SS nazista "não eram todos criminosos".
Edição: Raquel Setz