O porta-voz do chanceler alemão Olaf Scholz descartou nesta segunda-feira (10) uma possível renúncia do mandatário após o desempenho ruim da coalizão governista da Alemanha nas eleições europeias.
"A data das eleições normais são no próximo outono e é isso que planejamos fazer", disse Steffen Hebestreit.
A Alemanha, assim como outros 21 países, foi às urnas neste domingo para eleger os deputados do Parlamento da União Europeia e, em uma tendência geral no pleito, a extrema direita teve bons resultados e avançou no número de assentos.
O partido AfD (Alternativa para a Alemanha, em alemão) obteve seu maior resultado histórico nas eleições europeias, com 15,9% dos votos, o segundo lugar atrás dos conservadores da CDU/CSU, de acordo com resultados oficiais divulgados nesta segunda-feira, ainda não definitivos.
Já a coalizão governista liderada pelo partido de Scholz, o SPD, obteve 13,9% dos votos, o pior resultado em uma eleição nacional desde 1949.
França dissolve Parlamento
Já na França, a derrota da coalizão governista e o crescimento da extrema direita teve impactos no governo do presidente Emmanuel Macron, que anunciou a antecipação das eleições legislativas para os dias 30 de junho e 7 de julho.
"A ascensão de nacionalistas e demagogos é um perigo não só para nossa nação, mas também para a Europa e para o lugar da França na Europa e no mundo", disse o presidente, que agora busca garantir sobrevivência política no Parlamento francês.
Itália e Bélgica
Na Itália, o partido de extrema direita da primeira-ministra, Giorgia Meloni, venceu as eleições europeias. "Irmãos da Itália confirma sua posição como principal partido italiano, superando o resultado das últimas eleições", escreveu Meloni na rede X.
O partido Irmãos da Itália lidera os resultados com 28,8% dos votos, segundo resultados quase definitivos do Ministério do Interior, acima dos 26% nas últimas eleições nacionais.
Em uma breve intervenção pública, a primeira-ministra disse estar "orgulhosa do resultado do Irmãos da Itália" e "orgulhosa que este país se apresente no G7 e na Europa com o governo mais forte de todos".
Na Bélgica, o primeiro-ministro Alexander De Croo apresentou sua renúncia após seu partido ficar em 3º lugar nas eleições, perdendo para a coalizão de direita (22%) e para o partido de extrema direita (17.5%).
Edição: Lucas Estanislau