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Câmara dos Deputados vota PL que equipara aborto a homicídio nesta quarta-feira (12)

Projeto teve urgência aprovada após STF derrubar norma do CRM que proibia o procedimento de assistolia fetal

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) - Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

A Câmara dos Deputados começa a votar às 16h desta terça-feira (11) o projeto de lei 1904/2024, que iguala o aborto acima de 22 semanas ao crime de homicídio. A expectativa era que o PL fosse votado ontem. No último dia 4, um grupo de deputados apresentou um pedido de urgência para a votação do PL. 

Além do PL Antiaborto, a Câmara deve votar o projeto de lei que limita o uso de delações premiadas. Também foi apresentado um requerimento de urgência para pautá-lo no plenário.  

Na prática, o projeto de lei sobre o aborto acrescenta artigos ao Código Penal para equiparar as penas previstas para homicídio simples às penas para abortos realizados após 22 semanas de gestação, mesmo nos casos em que a prática é prevista legalmente. O projeto também proíbe o aborto mesmo em casos de gravidez decorrentes de estupro, se houver viabilidade fetal.   

Atualmente, a legislação permite que a interrupção da gestação seja realizada em três ocasiões: estupro, risco de morte à mulher e anencefalia do feto.   

O requerimento de urgência para a votação do PL foi protocolado algumas semanas depois que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu a medida do Conselho Federal de Medicina (CFM) que dificultava o acesso ao aborto legal após 22 semanas por vítimas de estupro.   

A resolução do CFM proibia a técnica de assistolia fetal, método recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em casos de gestação com tempo superior a 22 semanas. O procedimento é realizado frequentemente em casos de estupro em que a vítima – frequentemente crianças – descobre que houve fecundação muito tempo após a violência sexual. 

Edição: Thalita Pires