Teatro

Depois do ensaio, Nora, Persona: Espetáculo no Sesc faz releituras de textos de cineastas europeus e aborda questões raciais

José Fernando Peixoto de Azevedo é diretor da obra em cartaz no Sesc Avenida Paulista e fala sobre o trabalho

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Obras que discutem temas como abandono, inveja, teatro e cinema ganharam novos contornos a partir da dramaturgia de Azevedo - Foto: André Voulgaris/Divulgação

Uma peça teatral em cartaz no Sesc Avenida Paulista, em São Paulo (SP), se baseia em textos do cineasta sueco Ingmar Bergman e do dramaturgo norueguês Henrik Ibsen para falar de questões raciais

O espetáculo Depois do ensaio, Nora, Persona, que estreou no fim de maio, leva os nomes das três partes do trabalho. A obra tem quatro horas de duração com intervalo de 20 minutos e poderá ser assistida até 23 de junho.

"O espetáculo reúne três textos bastante distantes. A gente imagina que dois deles são suecos e um é norueguês. Mas são textos que trazem para o centro da discussão, sobretudo, a relação do teatro com a sociedade, fazer teatral e, particularmente, o lugar da mulher nesse contexto", entrega o diretor José Fernando Peixoto de Azevedo, sobre parte do que o público poderá ver. 

"De certo modo, a figura da atriz e da mulher aparece como figura central nas relações de criação e nas relações inter-raciais no contexto do próprio fazer teatral. Então, a ideia de racializar esse material tem a ver com o trabalho que eu tenho fazendo já há algum tempo, de interrogar sobre o que acontece quando corpos negros estão em lugares onde não foram previstos", explica.

Em uma das partes do espetáculo, intitulado Nora, Azevedo retoma um dos elementos centrais das suas montagens, que é a prática do cinema, ao vivo, em cena. Segundo o diretor, não é apenas um complemento. A ideia é que a relação entre a cena e o cinema acabe por desdobrar os sentidos. Isso ajuda a criar o clima de suspense e terror desejado na peça.

"O palco se transforma numa espécie de set de filmagem e, enquanto a peça acontece, um filme está sendo realizado simultaneamente. Com a ajuda de três câmeras e duas telas, o público vê o que acontece em cena e o desdobramento disso em espaços que não são imediatamente visíveis a ele, a partir também de imagens gravadas", conta. "Nesse caso, há o uso de uma técnica que é o chroma key, uma técnica muito usada em televisão e cinema, e nós produzimos os cenários e os espaços a partir disso."

O espetáculo pode ser visto de quinta a sábado, a partir das 19h. Aos domingos, começa às 17h. E o público que deseja prestigiar a obra vai contar com uma sessão extra na próxima quarta-feira (19). A disponibilidade e valores dos ingressos podem ser consultados no site do Sesc São Paulo.

A entrevista completa com o diretor, feita pela apresentadora Luana Ibelli, está disponível na edição desta sexta-feira (14) do Central do Brasil, no canal do Brasil de Fato no YouTube.

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O Central do Brasil é uma produção do Brasil de Fato. O programa é exibido de segunda a sexta-feira, ao vivo, sempre às 13h, pela Rede TVT e por emissoras parceiras.

Edição: Martina Medina