O presidente russo, Vladimir Putin, declarou na última quinta-feira (21) que se a Coreia do Sul tomar a decisão de fornecer armas letais à Ucrânia, Moscou "tomará medidas que Seul não gostará".
"Quanto ao fornecimento de armas letais à zona de combate na Ucrânia, seria um grande erro. Espero que isso não aconteça, tomaremos decisões adequadas que provavelmente não agradarão à atual liderança da Coreia do Sul", disse o presidente russo durante uma conversa com jornalistas em Hanói, capital do Vietnã.
Após a assinatura de um acordo de parceria estratégica entre a Rússia e a Coreia do Norte, durante a visita oficial de Putin a Pyongyang na última quarta-feira (19), a Coreia do Sul manifestou preocupação com a aproximação, observando que Seul pode reconsiderar a sua posição sobre o fornecimento de armas à Ucrânia.
O líder russo destacou que a Coreia do Sul não deve ter motivo de preocupação, porque a assistência militar prevista pelo acordo com a Coreia do Norte só aconteceria em um caso de agressão contra um dos lados. "Tanto quanto sei, a República da Coreia não planeia agressão contra a Coreia do Norte, o que significa que não há necessidade de ter medo da nossa cooperação nesta área", disse Putin.
Anteriormente, o conselheiro de segurança nacional da Coreia do Sul, Chang Ho-jin, havia afirmado que "qualquer cooperação que contribua direta ou indiretamente para o fortalecimento militar da Coreia do Norte é uma violação das resoluções do Conselho de Segurança da ONU".
A Coreia do Sul é um grande fornecedor de armas no cenário internacional, no entanto Seul não fornece armas à Ucrânia. O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou recentemente que valoriza isso nas relações entre os dois países. Vários meios de comunicação mundiais relataram que os projéteis sul-coreanos poderiam ser fornecidos aos Estados Unidos para que Washington, por sua vez, pudesse enviar projéteis para a Ucrânia.
Na última quarta-feira (19), Vladimir Putin e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, assinaram um acordo de parceria estratégica que prevê uma "assistência mútua em caso de agressão contra uma das partes deste tratado". Durante a visita do presidente russo, Pyongyang reforçou o apoio à Rússia na guerra na Ucrânia.
A última vez que o presidente russo visitou a Coreia do Norte foi em 2000, quando o país era liderado por Kim Jong il, pai de Kim Jong-un. Desta vez, durante a reunião bilateral entre os dois líderes, foram discutidos temas como a cooperação na indústria espacial e a oposição às sanções ocidentais.
"O acordo de parceria abrangente assinado hoje também prevê a prestação de assistência mútua em caso de agressão contra uma das partes deste acordo”, disse o chefe de Estado russo.
Edição: Rodrigo Durão Coelho