A Polícia Civil de São Paulo abriu um inquérito para investigar o vereador por São Paulo Rubinho Nunes (UB), por possível abuso de autoridade na formulação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o Padre Júlio Lancellotti.
A denúncia que motivou a 4ª Promotoria de Justiça Criminal da Capital, vinculada ao Ministério Público, a solicitar a investigação da Polícia Civil foi feita pelo Instituto Padre Ticão, que criticou a formulação da comissão sem que houvesse qualquer indício de conduta ilegal de Lancellotti em seu trabalho assistencial na região conhecida como Cracolândia, no centro da capital paulista.
No final de 2023, Nunes, que é fundador do Movimento Brasil Livre (MBL), iniciou um movimento pela criação de uma CPI para apurar o trabalho de ONGs e movimentos que atuavam na Cracolândia. No entanto, com o correr das semanas, ficou evidente que o vereador queria, na verdade, investigar Lancellotti, personagem muito próximo de organizações da esquerda em São Paulo.
Com o mal estar causado na Câmara Municipal, Nunes foi forçado pelos líderes partidários a reescrever o escopo da proposta de CPI e evidenciar padre Júlio Lancellotti como alvo. Como resultado, perdeu apoio e força política e a comissão está estagnada na gaveta do presidente da Casa, o vereador Milton Leite (UB).
Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o promotor do Ministério Público, Paulo Henrique Castex, falou sobre a investigação. “Entendo que a narrativa apresentada deve ser mais bem esclarecida para apurar possível conduta com repressão criminal”, explicou.
Em nota, Nunes questionou a investigação. “Ao invés deste instituto e do MP se preocuparem em investigar as gravíssimas denúncias de abuso sexual contra o Júlio Lancellotti, vão investigar um denunciante?”, questiona.
Edição: Nathallia Fonseca