CASO WIKILEAKS

Advogada da campanha Free Assange celebra libertação e afirma que 'EUA está em contradição com liberdade de imprensa'

Sara Vivacqua, que também é jornalista, falou sobre o acordo fechado por Assange e comentou sobre futuro

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Julian em Camberra, na Austrália, onde desembarcou nesta quarta (26) após libertação - Foto: William West / AFP

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, desembarcou nesta quarta-feira (26) na Austrália, seu país natal, após fechar o acordo com a Justiça dos Estados Unidos que resultou em sua liberdade. O jornalista estava preso em Londres e se declarou culpado por violar a lei de espionagem estadunidense. O tempo que o ativista passou detido foi maior que a pena de prisão determinada no processo.

Sara Vivacqua, advogada e jornalista que fez parte da campanha Free Assange em Londres, repercutiu a libertação no jornal Central do Brasil e explicou o acordo entre as partes.

"É muito importante para a liberdade de expressão. Julian Assange agora é um homem livre. Esse acordo que ele fechou não o impede de voltar a publicar, não impede de voltar a ter suas atividades jornalísticas", comemora Sara.

"No entanto, também é um problema para os Estados Unidos. Porque hoje o que o Assange teve que concordar é de que o fato de ele ter recebido materiais confidenciais da Chelsea Manning e tê-los publicado seria um crime. Isso está em contradição com a liberdade de imprensa. Então temos aqui para o jornalismo um problema muito grande", pondera.

O WikiLeaks divulga desde 2010 documentos confidenciais das Forças Armadas dos Estados Unidos. Os arquivos mostram os crimes de guerra cometidos por militares estadunidenses, principalmente no Iraque e no Afeganistão. Julian Assange ainda não se pronunciou publicamente depois de solto. A esposa do fundador do site, Stella, declarou que ele precisa de tempo para se recuperar.  

"Assange possivelmente hoje é um homem traumatizado. Pelo acordo, ele não tem nenhuma barreira para voltar a operar o WikiLeaks, voltar a exercitar a atividade jornalística, mas eu não sei em que condições ele vai querer fazer isso, como  ele vai querer se reinserir na liberdade."

Sara ainda deu detalhes de como se deu a campanha Free Assange em Londres e no Brasil e da importância da posição do presidente Lula até o processo de libertação do ativista.

A entrevista completa, feita pela apresentadora Luana Ibelli, está disponível na edição desta quarta-feira (26) do Central do Brasil, no canal do Brasil de Fato no YouTube.

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Edição: Thalita Pires