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Privatização da Sabesp: governo Tarcísio vende ações 44% abaixo do valor real da empresa

Documento foi produzido pelo Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente de São Paulo

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Sabesp é a maior empresa de saneamento da América Latina - Foto: Reprodução/Facebook/ Sabesp

Um estudo sobre os critérios adotados pelo governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), para estabelecer o valor das ações da Sabesp foi divulgado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema), nesta quinta-feira (27).

O documento é assinado por especialistas do setor e tem como principal coordenador o economista André Locatelli. No texto, o Sintaema afirma que o valor justo a ser recebido por cada ação da Sabesp seria de R$ 103,90. O governo de Freitas fixou o preço em R$ 72.

Na apresentação do documento à imprensa, Locatelli afirmou que a Sabesp tem um fluxo de caixa de R$ 90,5 bilhões. Desse total, foi descontado a quantia da dívida da empresa, R$ 19,5 bilhões, para estimar o valor da empresa: R$ 71 bilhões. O valor da empresa dividido pela quantidade de ações que serão disponibilizadas, 683 milhões de papéis, resulta no valor unitário de R$ 103,90.

“Não houve debate regulatório e por isso é importante a intermediação do poder judiciário para que haja debate esclarecedor e profissional”, afirmou o advogado Rubens Naves, que participou da elaboração do estudo.

José Antônio Faggian, presidente do Sintaema, criticou a oferta de ações da empresa abaixo do valor e reafirmou a importância da Sabesp e do conjunto de trabalhadores que atuam na empresa.

“A Sabesp é a maior empresa de saneamento da América Latina e a maior do mundo. Nossa capacidade de atuação foi comprovada recentemente na catástrofe do Rio Grande do Sul e no litoral norte, quando a Sabesp conseguiu, rapidamente, reestabelecer o fornecimento de água”, finalizou.

O documento elaborado pelo Sintaema será protocolado no Tribunal de Contas do Estado (TCE) na próxima segunda-feira (27), em São Paulo.

Edição: Rodrigo Chagas