A Rússia condenou nesta quinta-feira (27) a tentativa de golpe militar na Bolívia e alertou para os riscos de uma possível intervenção estrangeira na situação interna do país. A declaração foi divulgada através de uma nota do Ministério das Relações Exteriores da Rússia.
"Condenamos veementemente a tentativa de golpe militar no Estado Plurinacional da Bolívia em 26 de junho. Expressamos nosso total e inabalável apoio ao governo do presidente Luis Arce. Consideramos inaceitável que a situação ultrapasse o marco constitucional", diz o texto.
O comunicado da diplomacia russa ressaltou que a via da "solução política para quaisquer divergências políticas internas na Bolívia é um imperativo".
Ainda de acordo com a nota, Moscou apela a "todas as forças e estruturas políticas construtivas na Bolívia para que se unam nos interesses da consolidação da sociedade boliviana, garantindo a estabilidade e a soberania do Estado Plurinacional".
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A Rússia também fez um alerta sobre a possibilidade de que a situação política no país sul-americano tenha sofrido interferência estrangeira, fazendo menção ao histórico de golpes na região.
"Advertimos contra tentativas de interferência estrangeira destrutiva nos assuntos internos da Bolívia e de outros estados, que mais de uma vez levaram a consequências trágicas para vários países e povos, inclusive na região latino-americana". "Nós somos solidários com a fraterna Bolívia, nosso parceiro estratégico confiável."
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, também comentou a tentativa de golpe militar na Bolívia, destacando que "os próprios bolivianos devem lidar com os seus problemas no âmbito da lei". O comentário do porta-voz surgiu em uma resposta a jornalistas que questionaram se a investida golpista poderia estar relacionada com os planos do país de tornar-se membro do Brics.
"Este é um assunto interno da Bolívia. É muito importante aqui que nossos amigos bolivianos resolvam eles próprios seus problemas no âmbito de garantir a legalidade constitucional total", disse Peskov.
O porta-voz do presidente Vladimir Putin acrescentou que é muito importante que não haja interferência de terceiros países nos assuntos do país sul-americano. "Desejamos a rápida restauração da calma neste país. Esperamos que isso aconteça", completou Peskov.
Edição: Lucas Estanislau
