Prêmio Simón Bolívar

Assange recebe prêmio de jornalismo na Venezuela por fazer um trabalho ‘sem medo’

Jornalista australiano ficou 5 anos preso no Reino Unido e foi solto em 24 de junho

Brasil de Fato | Caracas (Venezuela) |
O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, voltou para casa na Austrália para começar a vida como um homem livre em 26 de junho de 2024 - WILLIAM WEST / AFP

O jornalista australiano e fundador do WikiLeaks, Julian Assange, recebeu nesta segunda-feira (1) o prêmio especial de jornalismo em Caracas, na Venezuela. A premiação anual conhecida como Prêmio Nacional de Jornalismo Simón Bolívar está na 82ª edição, é concedida pelo governo venezuelano e tem 10 categorias. 

Assange foi homenageado por fazer “um jornalismo valente, sem medo, na era da verdade como essência para defender a liberdade de expressão e o direito de informação aos povos”.

Em 24 de junho, Assange foi liberado da prisão de segurança máxima onde estava detido havia mais de cinco anos na capital do Reino Unido, Londres. Ele voltou para a Austrália depois de concordar em se declarar culpado em um tribunal dos Estados Unidos por revelar segredos militares, em troca da sua liberdade.

O fundador do WikiLeaks foi detido pela polícia britânica em 2019 e ficou preso na penitenciária de segurança máxima Belmarsh. Antes, havia passado sete anos abrigado na embaixada do Equador em Londres, onde buscou refúgio para evitar a extradição por acusações de agressão sexual na Suécia, que mais tarde foram retiradas. O jornalista despertou a ira dos EUA por divulgar um grande número de documentos que provavam crimes cometidos por militares do país em suas campanhas no Iraque e no Afeganistão, na chamada "guerra contra o terror".

Segundo o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, o prêmio especial ao jornalista australiano foi entregue de forma justa para um homem “que sempre foi livre”.

“Um prêmio merecido, bem outorgado a Julian Assange que hoje anda livre pelas ruas. Mas sempre foi livre nas masmorras, nas prisões, no sequestro, sempre foi um homem livre. Aqui tenho, vai para você em nome de todo o povo da Venezuela”, afirmou Maduro.

O prêmio geral foi entregue para a jornalista venezuelana Rosita Caldera, do estado Monagas. Na categoria Impresso, o prêmio foi entregue para Mercedes Chacín, Francys Zambrano e Ricardo Romero, do jornal Ciudad Caracas, pela reportagem “Esequibo: Paz y Soberanía”.

Já Luis Guillermo García, da TeleSur, venceu a categoria “Televisão” com seu programa El mundo desde el Sur. A rádio YVKE Mundial também foi homenageada pelos 80 anos no ar.

Maduro parabenizou os vencedores do prêmio e os homenageados por “levarem a verdade e, com isso, fazer justiça no país”. O mandatário também elogiou a cobertura da TeleSur sobre a tentativa de golpe da última semana na Bolívia

“Denunciaram o golpe de Estado antes que acontecesse na Bolívia, transmitiram o golpe de Estado ao vivo e direto, transmitiram o gesto histórico de bravura do presidente Lucho Arce, confrontando o traidor e o golpista de Zúñiga e depois transmitiram a vitória do povo, que aos milhares e milhares foi cercar e tomar o seu Palácio Presidencial”, disse Maduro.

Edição: Rodrigo Durão Coelho