Pauta repetida

Oposição na Assembleia de MG aponta inconstitucionalidade em PL sobre Previdência de servidores

Deputada Beatriz Cerqueira (PT) apresenta questão de ordem que pode impedir tramitação da proposta

Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG) |
Trabalhadores em Educação fazem vigília em todo o estado contra a aprovação do PL 2238/24 - Guilherme Bergamini

Segue o impasse na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) sobre o Projeto de Lei (PL) 2238/24, que aumenta em 80% os valores das contribuições ao Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg). Nessa terça-feira (2), a deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT) apresentou uma questão de ordem que, segundo a parlamentar, pode retirar a proposta de tramitação.

O documento destaca que a Constituição Estadual proíbe a apresentação de projetos de lei sobre matérias já apreciadas pela ALMG em uma mesma sessão legislativa. De acordo com a deputada, o governo de Romeu Zema (Novo) já havia apresentado outra proposta, o Projeto de Lei Complementar 35/2023, com o mesmo objeto do PL 2238/24.

Em meio a protestos de servidores públicos, a proposta do governador já foi discutida pelas comissões de Constituição e Justiça e de Administração Pública da ALMG. Os deputados do bloco Democracia e Luta, de oposição ao governo, afirmam que, além de aumentar as alíquotas, a medida desmonta estruturalmente o Ipsemg.

“O projeto traz grandes mudanças estruturais referentes à prestação do serviço de assistência à saúde aos servidores estaduais, à estrutura do Ipsemg, às competências de seus principais órgãos, à alienação do patrimônio do instituto, entre outras medidas drásticas que afetam diretamente a vida de inúmeros servidores públicos do estado que são beneficiários do instituto”, disse a deputada estadual Beatriz Cerqueira.

O presidente da ALMG Tadeu Martins Leite (MDB) deve analisar a questão de ordem e apresentar um parecer nos próximos dias. 

Entenda

O PL propõe o aumento do teto de contribuição de R$ 275,15 para R$ 500 e do valor mínimo de R$33,02 para R$ 60. O reajuste também valeria para filhos menores de 21 anos e cônjuges. A proposta ainda estabelece a criação de uma alíquota adicional de 1,2% para titular e cônjuge de mais de 59 anos de idade. 

Além disso, a medida altera a cobertura de assistência médica prestada pelo instituto, excluindo, por exemplo, o fornecimento de próteses e internação domiciliar. 

“As ações adotadas pelo governo aumentam os custos com a saúde e, portanto, reduzem ainda mais os seus já defasados salários. E o pior, atentam contra direitos importantes, violam a dignidade dos trabalhadores e os atingem no momento em que mais precisam da atenção à saúde”, avaliou, em nota, o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SindUTE/MG). 

Mobilização

Trabalhadores em Educação realizam vigília em todo o estado contra a aprovação do PL 2238/24. Na terça-feira (2), eles estão mobilizados no Norte e no Vale do Jequitinhonha. Na quarta-feira (3), as ações são no Sul de Minas, no Centro Oeste e na Zona da Mata. Já na quinta-feira (4), a mobilização ocorre em Belo Horizonte, em frente à ALMG. 

A reportagem do Brasil de Fato MG solicitou um posicionamento ao governo do estado e aguarda retorno. O espaço segue disponível para atualizações.

 

Fonte: BdF Minas Gerais

Edição: Elis Almeida