inquérito avança

PF mira fraude no cartão de vacinas de Bolsonaro e cumpre mandado contra ex-prefeito de Duque de Caxias

A secretária municipal de Saúde também foi alvo da PF; na primeira fase a operação indiciou o ex-presidente Bolsonaro

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
PGR pediu ao STF o aprofundamento das investigações envolvendo o ex-presidente - Evaristo Sá/AFP

A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (4), a segunda fase da operação Venire, que investiga a fraude no cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foram alvos de mandados de busca e apreensão o ex-prefeito de Duque de Caxias (RJ) e atual secretário estadual de Transportes, Washington Reis, e a secretária municipal de Saúde, Célia Serrano. 

Ambos estariam envolvidos na inserção de dados falsos sobre a vacinação de Bolsonaro no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI). De acordo com os investigadores, o crime pode ter sido feito no âmbito do planejamento de um golpe de estado para impedir a posse do presidente Lula (PT).  

“A ação tem como objetivo, ainda, buscar a identificação de novos beneficiários do esquema fraudulento”, informou a PF em nota. 

A primeira fase da operação Venire indiciou o próprio Bolsonaro em março deste ano. Além dele, seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, o deputado federal Gutemberg Reis (MDB) e 14 outras pessoas.  

As investigações, que fazem parte do inquérito das milícias digitais, sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, avançaram depois que Mauro Cid fez um acordo de delação premiada. 

Segundo depoimentos do ex-ajudante de ordens, a falsificação do cartão de vacinação de Bolsonaro e de sua filha, Laura, foi pedida pelo próprio ex-presidente. Ele teria recebido os documentos falsos “em mãos”.  

O atestado falso de imunização permitiu que Bolsonaro viajasse com sua família aos Estados Unidos em dezembro de 2022, dois dias antes de seu mandato acabar – e a tempo de não passar a faixa presidencial ao petista eleito.  

As diligências desta quinta-feira aconteceram após o procurador-geral da República, Paulo Gonet, ter pedido ao STF em abril que as investigações envolvendo Bolsonaro sejam aprofundadas.  

Edição: Nathallia Fonseca