A pensadora e escritora Sueli Carneiro participa da abertura oficial do Julho das Pretas na cidade de São Paulo neste sábado. O evento acontece a partir das 17h no espaço que abriga o Armazém do Povo e a livraria Expressão Popular (Alameda Nothmann, nº 806, bairro Campos Elíseos).
Organizado por mais de 250 entidades de combate ao racismo e defesa dos direitos das mulheres negras, o mês de luta existe desde 2013. Todas as unidades da federação estão contempladas na programação, que começou desde o dia 1º de julho.
A abertura oficial na capital paulista é organizada pela Marcha das Mulheres Negras de São Paulo. O evento deste sábado também marca o lançamento da marcha na capital paulista.
:: 'Julho das Pretas' tem agenda coletiva com mais de 500 atividades em todo país ::
Prevista para 25 de Julho, a manifestação celebra o Dia da Mulher Afro Latino Americana, Afrocaribenha e da Diáspora e Dia Nacional de Tereza de Benguela. Na mesma data, também estão marcados atos em outras cidades brasileiras.
"Há diversas entidades, organizações, instituições de mulheres pretas construindo no país uma série muito diversa de eventos sobre as questões mais candentes da nossa vida", explica a jornalista e integrante da marcha de São Paulo Luciana Araújo, em entrevista ao Brasil de Fato (ouça a íntegra no tocador de áudio abaixo do título desta matéria).
Enfrentar o conservadorismo
A 12ª edição do Julho das Pretas prevê mais de 530 atividades, que contam com a participação de organizações, grupos e escolas. Além da programação em 23 estados brasileiros e no Distrito Federal, haverá eventos no Uruguai e na Argentina.
Na agenda estão rodas de conversa, seminários, festivais, lançamentos de podcasts, shows, mostras, saraus e diversas outras atividades que compõem uma das maiores ações para políticas feministas da América Latina. Luciana Araújo pontua que o foco principal do movimento é manter o enfrentamento, mesmo diante das ameaças do conservadorismo crescente.
"É uma primeira tarefa importante deste julho. A segunda é discutir que, ainda com os avanços que tivemos das eleições para cá, há demandas históricas que continuam sendo negligenciadas pelo estado brasileiro. Na saúde, na educação e, em particular, na vida dos nossos e das nossas jovens, das nossas crianças, o genocídio segue a todo vapor."
:: Já passamos a faixa presidencial, agora é hora de estarmos no centro das políticas públicas ::
Com o tema central "Mulheres Negras em Marcha por Reparação e Bem Viver", os debates buscam envolver meninas e mulheres negras na discussão sobre reparação histórica. Elas são as principais vítimas da desigualdade em praticamente todos os aspectos e dos prejuízos causados pelo racismo historicamente e até hoje no Brasil.
"É muito importante afirmar a potência, afirmar que somos nós, mulheres negras, que movimentamos esse país e a estrutura da economia mundial", ressalta Luciana Araújo. "O projeto de país das mulheres negras é um projeto que pode emancipar a vida do conjunto da população", finaliza ela.
Clique aqui e confira a programação completa para todas as regiões brasileiras.
Edição: Nicolau Soares