Desde janeiro deste ano, não há pesquisas divulgadas sobre a corrida eleitoral para a prefeitura de Boa Vista, capital de Roraima. Nas outras 25 capitais brasileiras, há vasta oferta de levantamentos que mostram o desempenho dos pré-candidatos ao cargo máximo do Executivo boa-vistense.
O último levantamento realizado em Boa Vista foi feito pela LLK Consulting, com 600 entrevistas, entre os dias 29 e 31 de janeiro deste ano. Segundo a pesquisa, o atual prefeito Arthur Henrique (MDB) tinha 35% das intenções de voto, contra 15% da principal adversária, Catarina Guerra (UB), deputada estadual roraimense.
Além dos dois dianteiros na pesquisa, a prefeitura de Boa Vista será disputada também pelos pré-candidatos Frutuoso Lima (PL), ex-vice governador de Roraima; e o ex-senador Rudson Leite (PV).
O Instituto Veritá e a Cidades e Participações registraram pesquisas em 7 e 9 de junho deste ano, respectivamente. Os levantamentos, no entanto, eram para controle interno e não foram divulgados.
Roberto Ramos, cientista político e professor da Universidade Federal de Roraima (UFRR), acredita que a falta de pesquisa “tem a ver com financiamento”. “Pesquisa, em geral, custa caro. Não acredito que partidos, institutos e candidatos queiram gastar com isso.”
Rudá Ricci, cientista político e presidente do Instituto Cultiva, critica a ausência dos dados. “Isso faz com que o eleitor fique no escuro. Ao ficar no escuro, a tendência é ele ficar submetido aos boatos de pesquisas não registradas, que não podem ser divulgadas. Fica uma guerra de informações e fake news.”
“É o apagamento da região amazônica. Quando vamos para a mídia, é com questões ambientais ou relações de fronteiras. Se olharmos, são poucas matérias que saem sobre as capitais do Norte. Isso explica muito o desinteresse”, acrescenta Ramos.
Edição: Rodrigo Chagas