O reformista Masoud Pezeshkian derrotou o diplomata conservador Saeed Jalili no segundo turno das eleições iranianas que ocorreram na sexta-feira (5). O Ministério do Interior do Irã informou neste sábado (6) que Pezeshkian obteve 53%, cerca de 16 milhões de votos, contra 44% de Jalili, cerca de 13 milhões de votos.
Em sua conta o X, antigo Twitter, o agora presidente eleito para um mandato de quatro anos agradeceu os votos recebidos e afirmou que o caminho "não será tranquilo".
“Querido povo do Irã, as eleições terminaram e este é apenas o início da nossa parceria. O difícil caminho que temos pela frente não será tranquilo, exceto com seu companheirismo, empatia e confiança. Estendo minha mão a você e juro pela minha honra que não os deixarei sozinhos neste caminho. Não nos deixe sozinhos!”, escreveu.
“Estou especialmente grato aos jovens zelosos que vieram trabalhar com amor e sinceridade pelo Irã, e junto com o povo, brilhou um raio de esperança e confiança no futuro”, diz outra postagem.
O candidato derrotado, Saeed Jalili, também usou as redes sociais para agradecer os votos que obteve e reconhecer a vitória do rival.
“Gostaria de parabenizar o sr. Pezeshkian, que conseguiu conquistar os votos da maioria do povo e, como no passado, considero meu dever ajudar o governo estabelecido a superar os problemas e chegar ao ponto desejado do desenvolvimento”, publicou.
As eleições iranianas foram antecipadas após a morte do presidente Ebraim Raissi, em maio deste ano, em um acidente de helicóptero. O comparecimento dos eleitores foi de 50%, dos cerca de 61 milhões que estavam habilitados para votar. No Irã, o voto não é obrigatório.
Quem é Pezeshkian?
Masoud Pezeshkian, 69 anos, nasceu em Mahabad, no oeste do país, próximo às fronteiras com o Iraque e a Turquia. Veterano da Guerra do Golfo, ele é médico cardiologista e foi ministro da Saúde entre 2001 e 2005, no governo de Mohammed Khatami. Pezeshkian também foi parlamentar por 16 anos.
Considerado um político moderado e reformista, o novo presidente do Irã é crítico das chamadas políticas de moralidade e propõe o relaxamento de algumas normas. Ele também defende que sejam retomadas as negociações sobre o programa nuclear iraniano com as potências ocidentais, como uma forma de aliviar as sanções contra o país.
Edição: Nathallia Fonseca