O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (9), na Bolívia, que os países da América do Sul não podem tolerar "devaneios autoritários e golpismo". Ao lado do presidente boliviano Luis Arce, que sofreu uma tentativa de deposição por militares no final do mês passado, Lula pediu união de forças democráticas contra retrocessos.
"As instituições bolivianas mostraram seu valor depois de uma grave ameaça. Assim como no Brasil, a democracia prevaleceu", disse Lula. "Não podemos tolerar devaneios autoritários e golpismo. Temos a responsabilidade de defender a democracia contra retrocessos."
Segundo Lula, a cooperação internacional torna golpes cada vez mais improváveis. O contrário só favorece à extrema direita.
Essa união, afirmaram Lula e Arce, também precisa ser física. O presidente boliviano defendeu que obras transformem a Bolívia no caminho mais curto do Brasil para o Oceano Pacífico e o Brasil no caminho mais curto da Bolívia ao Atlântico.
Lula disse que seu governo está comprometido com projetos de integração. Está também interessado na união de países sul-americanos para negociação justa de recursos naturais que hoje são estratégicos ao mundo.
"A Bolívia tem grande reserva de lítio enquanto o Brasil possui nióbio, cobalto e descobriu o terceiro maior depósito de manganês do planeta", disse Lula. "Temos que nos inserir de forma soberana nas cadeias de valor para evitar que o histórico de espoliação de recursos continue se repetindo."
Arce disse que os bolivianos também não querem ser só fornecedores de gás ao Brasil. Ele, aliás, pediu a Lula que ajude a Bolívia seja incluída no grupo dos Brics, originalmente formado por Brasil, Rússia, Índia e África do Sul, mas que já agregou outras nações em desenvolvimento no ano passado.
Lula disse que vê como positiva a inclusão da Bolívia e outros países.
Edição: Nicolau Soares