Mobilidade Urbana

Operação de trens urbanos deve chegar à Estação Farrapos, em Porto Alegre, no mês de setembro 

A partir de sábado (13), viagens até a capital gaúcha ficam mais baratas, com cobrança apenas da passagem do metrô

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
Neste momento de operação emergencial , a Trensurb tem capacidade de transportar até 30 mil passageiros por dia - Foto: Fabiana Reinholz

A Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre (Trensurb) divulgou, nesta segunda-feira (8), o Plano de Recuperação das Áreas e Estruturas Atingidas pelas Enchentes de maio. De acordo a empresa, a meta principal é possibilitar, primeiramente, a retomada da circulação das composições entre as estações Novo Hamburgo e Farrapos até 20 de setembro.

A partir deste sábado (13), a tarifa de R$ 4,50 volta a ser cobrada e o translado de ônibus até a capital gaúcha passará a ser sem pagamento. 

Em um segundo momento, até 24 de dezembro, a previsão é chegar até a Estação Mercado, no centro de Porto Alegre, ainda com restrições de velocidade e maior intervalos entre as viagens, mas com todas as garantias de segurança.

Devido às enchentes causadas pela crise climática que assolou o Rio Grande do Sul, a Trensurb suspendeu, no dia 3 de maio, a circulação dos trens. Com o recuo das águas, a limpeza das estações e trilhos, a empresa retomou a operação parcial do metrô, em caráter emergencial, no dia 30 de maio.

Os trens seguem funcionando entre as estações Novo Hamburgo e Canoas, das 5h às 22h. Os intervalos entre viagens são de 18 minutos e o terminal de embarque e desembarque dos ônibus da Transcal, que fazem o trajeto entre Canoas e Porto Alegre, continua sendo junto à Estação Mathias Velho.

Sobre o plano 

Conforme destaca a Trensurb, com o evento climático, a operação do metrô teve inúmeros danos em sistemas elétricos e eletrônicos, via permanente, edificações e equipamentos. 

Com base em levantamentos realizados pelo corpo técnico da empresa, desde o início das enchentes, foram identificados 55 projetos necessários para a recuperação e a retomada da operação plena, totalizando um investimento estimado de R$ 273 milhões. Esses projetos preveem a recuperação de sistemas de energia, sinalização, bilhetagem, via permanente, edificações e equipamentos.

De acordo com a diretoria da Trensurb, no momento, o principal fator para permitir a ampliação da operação é a recuperação dos sistemas de abastecimento e proteção de energia. Com a enchente, duas das cinco subestações – Farrapos, em Porto Alegre, e Fátima, em Canoas –, além de cabines de proteção ao longo da linha, ficaram alagadas, sofrendo danos permanentes em equipamentos de alta tensão. Isso prejudica o fornecimento de energia para a tração dos trens.

As subestações da Trensurb recebem a energia elétrica das concessionárias, em alta tensão e corrente alternada, e convertem para corrente contínua, reduzindo também a voltagem para que possa alimentar a tração dos trens. Já as cabines equalizam a tensão ao longo da rede e isolam trechos conforme necessário.

Outro projeto importante, destaca a empresa, é a recuperação da via permanente, incluindo a substituição do lastro de pedra britada que foi afetado pelas enchentes e contaminado pela areia e lodo, tendo suas características modificadas e prejudicando a estabilidade. Isso acarreta também a necessidade de troca de dormentes, seja por danos causados diretamente pelo evento climático ou pelo desgaste natural pelo tempo de uso (acelerado em função das enchentes). Esse trabalho de recuperação da via deverá ser realizado em um trecho de cerca de 22 quilômetros de trilhos, resultando na necessidade de substituição de até 16,7 mil dormentes.

“Muitos dos projetos de recuperação são de longo prazo e a ampliação da circulação dos trens depende de seu ritmo de execução. Com base na capacidade de execução desses projetos é que foram estabelecidas as datas tidas como metas para a ampliação dos trechos em operação. Prevê-se que três cabines de proteção do sistema de abastecimento de energia, em Porto Alegre e Canoas, sejam recuperadas até 20 de setembro, permitindo a circulação de trens até a Estação Farrapos”, diz a Transurb.

Tarifa integrada 

Por conta do colapso do sistema de bilhetagem, desde o início da retomada de funcionamento não houve cobrança de tarifa. Durante esse período, para o translado da Estação Mathias Velho até a capital gaúcha, e vice-versa, a Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan), ligada à Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano (Sedur), disponibilizou ônibus da Transcal para o trajeto, com o valor da passagem de R$ 6,85.

A partir do próximo sábado (13), as viagens entre o eixo norte da região metropolitana e Porto Alegre ficarão mais baratas para a população. A direção da Trensurb aprovou nesta segunda-feira (8) a cobrança de tarifa de forma integrada aos ônibus que fazem o percurso da Estação Mathias Velho ao centro da capital.

Com a recuperação do sistema de bilhetagem eletrônica do metrô, a Trensurb volta a efetuar a cobrança da tarifa normal, de R$ 4,50, a partir de 13 de julho, nas 14 estações em operação. Esse valor também dará aos usuários o direito de utilizar os ônibus para chegar ao centro de Porto Alegre, junto à Estação Mercado, sem pagamento adicional, pois a empresa metroviária passa a assumir a responsabilidade pelo custeio desse trajeto.

Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Marcelo Ferreira