Durante a abertura da cúpula da Otan (a aliança militar ocidental) nesta quarta-feira (10), em Washington, o presidente dos EUA, Joe Biden, prometeu que os aliados forneceriam à Ucrânia cinco sistemas de defesa aérea adicionais para combater os ataques russos. De acordo com Biden, os Estados Unidos, juntamente com Alemanha, Itália, Holanda e Romênia, vão disponibilizar vários sistemas de mísseis terra-ar Patriot e outros sistemas de defesa aérea para ajudar a Ucrânia.
"Hoje anunciamos que estamos fornecendo coletivamente à Ucrânia sistemas estratégicos de defesa aérea adicionais, incluindo baterias Patriot adicionais fornecidas pelos Estados Unidos, Alemanha e Romênia, componentes fornecidos pela Holanda e outros parceiros para apoiar a bateria Patriot adicional; sistema SAMP-T adicional doado pela Itália", declarou Biden.
Os Estados Unidos também pretendem fornecer à Ucrânia centenas de sistemas adicionais de interceptação de mísseis antiaéreos durante o próximo ano.
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A cúpula dos países da Otan, realizada entre 9 e 11 de julho, possui três temas centrais na agenda: reforçar o papel do bloco na coordenação e financiamento da assistência militar à Ucrânia, reforçar a defesa coletiva e a dissuasão para combater a Rússia, e expandir as parcerias com países asiáticos no contexto do crescente confronto entre o Ocidente e China.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, por sua vez, adotou um tom mais cauteloso ao afirmar a repórteres que a aliança não vê atualmente uma "ameaça militar direta" da Federação da Rússia.
Já o secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, informou que as autoridades da Dinamarca e da Holanda, com o apoio de Washington, estão em processo de transferência de aeronaves F-16 para a Ucrânia.
"Neste momento, aeronaves F-16 da Dinamarca e da Holanda estão sendo transferidas para a Ucrânia", disse Blinken durante discurso na cúpula da Otan. Ele sugeriu que "esses aviões sobrevoarão a Ucrânia ainda neste verão".
"Pretendemos continuar fortalecendo as capacidades da Força Aérea Ucraniana, que incluirá esquadrões de modernos aviões F-16 de quarta geração. A nossa coligação pretende ajudar a mantê-los, transferir armas e continuar os programas conjuntos de treino de pilotos", acrescentou.
Permissão para ataques em território russo
Anteriormente, o chefe do gabinete do presidencial da Ucrânia, Andriy Yermak, havia afirmado que, durante a cúpula, a Ucrânia pedirá aos Estados Unidos que levantem todas as restrições ao uso de armas estadunidenses para ataques em território russo.
O pedido diz respeito a possibilidade de atingir o território russo com mísseis ATACMS de longo alcance, que chegam a até 300 quilômetros de distância. Ermak observou que a administração dos EUA "pode precisar de mais algum tempo' para chegar a um acordo, sublinhando que "só porque são bons amigos, isso não significa que estejam na mesma posição em tudo".
No início de junho, vários países ocidentais autorizaram a Ucrânia a usar as suas armas contra alvos militares russos, desde que "seja respeitado o direito internacional". No caso dos EUA, apesar de autorizar ataques com suas armas, a Casa Branca manteve a restrição de não permitir ataques com mísseis de longo alcance contra alvos na Rússia.
Durante a cúpula da Otan, nesta quarta-feira (10), o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, recém-empossado em seu cargo, afirmou que a Ucrânia pode usar mísseis de longo alcance fornecidos pelo Reino Unido para atacar alvos militares na Rússia.
Starmer reforçou que a ajuda militar britânica possui um caráter "defensivo", no entanto, o primeiro-ministro afirmou que cabe à Ucrânia a decisão de como utilizar estes armamentos.
Edição: Rodrigo Durão Coelho