Presente em mais de 100 cidades brasileiras, a Tarifa Zero no transporte público urbano será tema de debate nesta quarta-feira (10), no Seminário Tarifa Zero, na cidade gaúcha de São Leopoldo. A atividade, promovida pelo ex-secretário de Meio Ambiente Anderson Etter, acontecerá às 18h, na Sociedade Orpheu.
Para debater o programa estarão presentes o deputado federal Jilmar Tatto (PT-SP), e o pré-candidato a prefeito de São Leopoldo, o advogado Nelson Spolaor (PT-RS).
A discussão sobre a Tarifa Zero no país surgiu na década de 1990, quando a então prefeita de São Paulo, Luiza Erundina, tentou adotar o modelo na cidade a partir de proposta feita pelo então secretário municipal de Transportes Lucio Gregori. Rechaçado na Capital, o programa foi adotado na cidade de Conchas, no interior de São Paulo, em 1992, tornando-a primeira cidade brasileira a aderir o programa.
O modelo foi a principal reivindicação das manifestações que tomaram conta do Brasil em junho de 2013. De lá para cá outras cidades foram aderiram até o total de 106 cidades, de acordo com o levantamento do pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) Daniel Santini, que mantém a relação atualizada permanentemente, e que pode ser conferida neste link.
“Apesar de ser uma ideia que teve início lá nos anos 1990, a maioria das cidades passaram a adotar a Tarifa Zero após a pandemia da covid-19, momento que evidenciou a fadiga do modelo de financiamento e gestão do transporte público na maioria esmagadora das cidades brasileiras”, afirmou Jilmar Tatto, que é mestre em Mobilidade Urbana, historiador e secretário nacional de Comunicação do PT Brasil.
Para ele, a Tarifa Zero é a melhor solução viável para os sistemas municipais de transporte público e democratização dos espaços públicos. “Por isso, vejo com muita alegria o aumento do número de cidades que adotaram a gratuidade universal no transporte, e mostra que é uma tendência. As candidaturas que não assumirem a bandeira da Tarifa Zero estão desconectadas das necessidades da população e terão dificuldade nas eleições.”
Na avaliação de Anderson Etter, além de preservar a renda familiar, a gratuidade nos ônibus promove uma cidade mais democrática e acessível, diminui o número de veículos nas ruas e a poluição na atmosfera, impacta positivamente nas estatísticas de acidentes de trânsito e aquece a economia local.
No Rio Grande do Sul, o passe livre pleno é adotado em Parobé, no Vale do Paranhana, desde março de 2022, e em Pedro Osório, no Sul do estado, desde novembro de 2018.
Fonte: BdF Rio Grande do Sul
Edição: Katia Marko