A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quinta-feira (11) a 4ª fase da Operação Última Milha, que investiga o monitoramento ilegal de autoridades públicas a partir da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), no caso que ficou conhecido como “Abin paralela”.
A operação apura se servidores da Abin utilizaram o software de geolocalização FirstMile, produzido pela empresa israelense Cognyte, para monitorar e produzir relatórios extraoficiais sobre ministros do STF e adversários políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O filho do ex-presidente, o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL) é suspeito de envolvimento no caso.
A PF cumpre cinco mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão nas cidades de Brasília (DF), Curitiba (PR), Juiz de Fora (MG), Salvador (BA) e São Paulo (SP). Os mandados foram expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Até o momento, quatro pessoas foram presas: Giancarlo Gomes Rodrigues; Matheus Sposito, ex-assessor da Secretaria de Comunicação Social (Secom) durante a gestão Bolsonaro; Marcelo de Araújo Bormevet e Richards Dyer Pozzer.
De acordo com a PF, nesta fase, as investigações revelaram que o grupo acessou ilegalmente computadores, aparelhos de telefonia e infraestrutura de telecomunicações para monitorar pessoas e agentes públicos. A organização criminosa teria ainda criado perfis falsos em redes sociais para a divulgação de “informações sabidamente falsas”.
Há, ainda segundo a Polícia, a possível incidência dos crimes de organização criminosa, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, interceptação clandestina de comunicações e invasão de dispositivo informático alheio.
Edição: Nathallia Fonseca