O promotor boliviano Franklin Alborta disse na quinta-feira (11) que 34 pessoas supostamente ligadas ao golpe fracassado contra o governo do presidente boliviano Luis Arce estão atualmente sob investigação, embora mais mandados de prisão, batidas e outras ações serão estendidas para determinar quem é o responsável.
"Ao mesmo tempo, estamos realizando buscas e colhendo depoimentos de testemunhas, porque temos alguns mandados de prisão, mas não vamos dizer quantos", explicou.
Em discurso na quarta-feira (10), o presidente da Bolívia destacou que "há mais de 100 pessoas envolvidas em diferentes níveis, incluindo militares ativos e passivos e civis".
Uma das 25 pessoas presas pelos eventos é Aníbal Aguilar, ex-assessor do Ministério da Defesa e identificado como o ideólogo por trás do golpe. O detido foi transferido na manhã de quinta-feira das celas da polícia para o Hospital Obrero, em La Paz, devido a complicações de saúde.
Também foi revelado que a Quarta Câmara Criminal do Tribunal Departamental de Justiça de La Paz revogou no último sábado a prisão domiciliar concedida anteriormente a Aguilar e ordenou sua transferência para a prisão de San Pedro, na cidade de La Paz, como medida preventiva, por um período de cinco meses.
Em 26 de junho, militares que respondiam ao ex-comandante do exército Juan José Zúñiga tomaram a Praça Murillo, realizando uma espécie de golpe de Estado que acabou sendo frustrado graças à reação do presidente Luis Arce e à mobilização dos cidadãos que enfrentaram os soldados.
Alba-TCP ratifica apoiao ao governo
A Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América-Tratado de Comércio dos Povos (ALBA-TCP) ratificou na quarta-feira (10) seu apoio e compromisso com o governo e o presidente da Bolívia e denunciou que "no âmbito da guerra híbrida, uma feroz guerra midiática e de redes sociais, assédio sistemático, bloqueio econômico e várias formas de agressão política estão sendo implantadas, com o objetivo de desacreditar o governo do presidente Arce".
Nesse sentido, a organização concordou em "orientar os embaixadores dos países membros da ALBA-TCP em todo o mundo a desenvolver uma campanha de informação e divulgação da verdade sobre o que está acontecendo no Estado Plurinacional da Bolívia e as ameaças que o ameaçam".
Por isso, pediu que movimentos populares, povos indígenas, trabalhadores e estudantes "permaneçam vigilantes para informar ao mundo inteiro sobre os possíveis perigos" contra a ordem constitucional na Bolívia; ao mesmo tempo, reafirmou que "a ALBA-TCP continuará promovendo a defesa dos recursos estratégicos que existem em Nossa América contra as intenções vorazes de atores de fora da região".
*Com Telesur
Edição: Leandro Melito