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Bem Viver: Arte, cultura e comida saudável na Feira Agroecológica de Brasília

Programa traz iniciativa de assentados ligados ao MST para promover soberania alimentar, agroecologia e sustentabilidade

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
A Feira da Ponta Norte promove venda de alimentos saudáveis da reforma agrária e agendas culturais - Feira da Ponta Norte de Brasília

A edição do Bem Viver, programa do Brasil de Fato, traz essa semana a Feira Agroecológica da Ponta Norte, que ocorre todo sábado na Quadra 216 da Asa Norte, em Brasília (DF), oferecendo aos moradores uma variedade de produtos oriundos de assentamentos da reforma agrária e orgânicos.

O evento semanal é uma iniciativa de assentados ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) para promover a soberania alimentar, a produção agroecológica e sustentável. 

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Ademilson Oliveira, produtor agroecológico e presidente da Associação Comunitária Agroecológica e de Artesanato da Ponta Norte (Acaapo), explica que a feira foi idealizada para apoiar os produtores de assentamentos, integrantes do MST e aqueles que adotam a agroecologia orgânica.

"Foi uma feira criada justamente para dar um apoio para os produtores. E se tornou uma feira de resistência contra a política que estava sendo no governo Bolsonaro, que estava atrapalhando bastante os pequenos produtores", relembra ele.

A feira é organizada pela Acaapo e pelo Coletivo de Feirantes da Feira Agroecológica da Ponta Norte. Criada em 2019, promove a soberania alimentar e a produção agroecológica e sustentável. Deyvit Souza é um dos produtores agroecológicos que marca presença semanalmente com seus produtos livres de agrotóxicos.

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"Hoje estou aqui na Ponta Norte com uma variedade de produção, produtos da reforma agrária, livres de agrotóxicos, sabendo da qualidade do produto e da importância de produzir os alimentos naturais para a melhora do nosso ecossistema e alimentação. Assim como levar a biodiversidade para dentro da cidade", conta o produtor.


A diversidade também está presente nos produtos, que vão além dos alimentos. Segundo Piragibe Júnior, do Coletivo Pira nos Livros, a ideia ainda é tornar a Feira da Ponta Norte uma feira permanente de livros.

"A feira reúne pessoas não só da agricultura, como também o pessoal do artesanato, tem uns artesanatos muito bonitos aqui. Além dos amigos com banca para troca e venda de livros. A ideia é isso aqui se referenciar como uma feira permanente de livros. Isso é importante, temos que manter viva a cultura. Livro parado é apenas um bloco de papel", explica.

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Com a característica de ser um local de resistência desde a criação, a Feira da Ponta Norte, que ocupa espaço em uma região nobre do DF, segue esse modelo até os dias atuais e tem desafios a enfrentar.

"Eu percebo que essa diferença de classe está bem apresentada na feira quando a comunidade passa a fazer pequenas movimentações para que a feira não aconteça e também tem muita problemática do GDF [Governo do Distrito Federal], que não apoia a feira e não faz manutenções. O Estado não está muito disposto a olhar para a feira como espaço de sociabilidade, de trabalho, de trabalhadores rurais e da cidade", alerta Luana Carvalho, expositora e produtora de itens de bem estar e cosméticos naturais.

Ao longo do período de existência da feira, algumas adequações precisaram ser feitas, como a melhoria na gestão de resíduos, de acordo com normas do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), e fiscalização do trânsito local, por conta do movimento intenso de carros nas manhãs de sábado.

Apesar das dificuldades, o evento segue acontecendo com a vontade de ser muito mais que um lugar de comércio, mas um espaço que estimula a transformação social. "A Feira da Ponta Norte deixa as pessoas que frequentam bastante inteiradas dos assuntos relacionados aos temas de cultura e agroecologia. Acabou sendo uma das feiras de ponto de referência dentro de Brasília", destaca Ademilson.

E tem mais...

O programa traz também o patrono da reforma agrária e das ligas camponesas. O Bem Viver desta semana lembra a trajetória de Francisco Julião com uma entrevista com o filho dele. 

Vamos celebrar os 25 anos da Expressão Popular e a sede nova.  

Hipnotizante, o balé une países e alonga sonhos e futuros de jovens dançarinos em Cuba.

E tem receita de uma deliciosa salada de manga com a chef Gema Soto.

Quando e onde assistir? 

No YouTube do Brasil de Fato todo sábado às 13h30, tem programa inédito. Basta clicar aqui.

Na TVT: sábado às 13h30; com reprise domingo às 6h30 e terça-feira às 20h no canal 44.1 – sinal digital HD aberto na Grande São Paulo e canal 512 NET HD-ABC.

Na TV Brasil (EBC), sexta-feira às 6h30.

Na TVCom Maceió: sábado às 10h30, com reprise domingo às 10h, no canal 12 da NET. 

Na TV Floripa: sábado às 13h30, reprises ao longo da programação, no canal 12 da NET. 

Na TVU Recife: sábados às 12h30, com reprise terça-feira às 21h, no canal 40 UHF digital. 

Na TVE Bahia: sábado às 12h30, com reprise quinta-feira às 7h30, no canal 30 (7.1 no aparelho) do sinal digital. 

Na UnBTV: sextas-feiras às 10h30 e 16h30, em Brasília no Canal 15 da NET. 

TV UFMA Maranhão: quinta-feira às 10h40, no canal aberto 16.1, Sky 316, TVN 16 e Claro 17. 

Sintonize

No rádio, o programa Bem Viver vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 11h às 12h, com reprise aos domingos, às 10h, na Rádio Brasil Atual. A sintonia é 98,9 FM na Grande São Paulo e 93,3 FM na Baixada Santista.

O programa também é transmitido pela Rádio Brasil de Fato, das 11h às 12h, de segunda a sexta-feira. O programa Bem Viver também está nas plataformas Spotify, Google Podcasts, Itunes, Pocket Casts e Deezer.

Edição: Marina Duarte de Souza