Reação

'Temos que condenar qualquer manifestação antidemocrática que aconteça em qualquer lugar do mundo', diz Lula após incidente com Trump

Em segunda manifestação sobre assunto, petista disse nesta segunda (15) que episódio nos EUA “empobrece a democracia"

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Lula se manifestou sobre assunto após encontro com presidente da Itália, Sergio Mattarella - Sergio Lima/AFP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou, nesta segunda-feira (15), o atentado ao comício do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump ocorrido no último sábado (13), na Pensilvânia. “Nós temos que condenar qualquer manifestação antidemocrática que aconteça em qualquer lugar do mundo, seja pela direita, seja esquerda, ou seja, ninguém tem o direito de atirar numa pessoa porque não concorda com ela politicamente”, disse o petista. A declaração foi dada após encontro com o presidente da Itália, Sergio Mattarella, que está em viagem a Brasília (DF).

Esta é a segunda vez que Lula comenta o episódio, que gerou um sobressalto no cenário pré-eleitoral dos Estados Unidos e vem chamando a atenção de analistas e atores políticos em outras partes do mundo, incluindo o Brasil. Ainda no sábado, pouco depois do ocorrido, o presidente brasileiro havia se manifestado pelas redes sociais. “O atentado contra o ex-presidente Donald Trump deve ser repudiado veementemente por todos os defensores da democracia e do diálogo na política. O que vimos hoje é inaceitável”, disse, na ocasião.

Nesta segunda (15), Lula foi questionado pela imprensa brasileira se acha que o incidente com o político republicano favorece a extrema direita. “Não sei se isso vai fortalecer alguém. Isso empobrece a democracia. Em vez de ficarmos analisando se alguém ganhou algo com isso, o que temos que ter certeza é que a democracia perde – os valores do diálogo, do argumento, os valores de se sentar de forma mais diplomática pra encontrar soluções para os problemas. Vai tudo pelo ralo. Se tudo vai se encontrar na base da bordoada, da violência, do murro, da luta, do tiro, da faca, pra onde é que vai a democracia? E, como eu sou um defensor da democracia, acho que nós temos que condenar [isso]”.

O petista também foi questionado se na disputa estaria torcendo para o atual presidente estadunidense, Joe Biden, mas evitou responder a pergunta. O candidato do partido democrata tenta a reeleição e enfrenta um cenário espinhoso marcado por uma série de desafios, com destaque para o perfil reacionário de parte dos eleitores, principalmente em alguns estados onde há maior influência republicana. O pleito ocorre em novembro deste ano.

Edição: Felipe Mendes