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DESPEJO ZERO

Opinião | Tiradentes II, presente!

A incerteza de acordar na manhã seguinte e encontrar alguém com um trator à porta, era real. E aconteceu.

16.jul.2024 às 19h08
Curitiba (PR)
Mariane Panek

No dia 9 de julho mais de 60 famílias foram despejadas da Tiradentes II. - Foto: Ricardo/ MPM

Imaginem uma ilha, mas não uma dessas cercadas por praias ou com acesso limitado. Uma ilha de histórias, vivências, cultura, inteligência, criatividade, futuro e revolução. Essa ilha era a Tiradentes II, cercada de um lado por uma pilha de lixo com estética apocalíptica e, do outro, por um rio poluído pelos dejetos liberados pela Sanepar. Em sua entrada, passando a ponte, havia diversas outras ocupações, cuja importância histórica contribuía para a permanência da Tiradentes II tal como era.

Isso mostrava como sua existência se conectava com toda a luta que a precedia. Cada corpo que ocupava aquele espaço vivia literalmente em uma constante guerra contra uma multinacional, que já traçou rotas no canal de Suez e levou muitos outros povos consigo, tentando constantemente fazer o mesmo com a comunidade. A incerteza de acordar na manhã seguinte e encontrar alguém com um trator à porta, pronto para destruir sua casa e cobri-la com lixo, era real. E aconteceu. No dia 9 de julho de 2024 esses tratores chegaram, e exatamente como o previsto, levaram tudo consigo.

Após anos de guerra por condições de vida mais dignas, e uma vigília histórica de 8 meses em frente ao lixão do canal de Suez, sustentada por mulheres, crianças e todos que, como verdadeiros revolucionários, lutaram e resistiram diretamente contra o imperialismo que mata desde os indígenas na Amazônia até as crianças Palestinas, dedicando cada segundo de seus dias nessa luta. E também em defesa da água que sustenta toda uma população, estando eles simbolicamente entre a estação de tratamento de água e um lixão de absurdos sem precedentes.

Obviamente, em nenhum lugar do mundo, dentro do sistema capitalista, algo com esse potencial permaneceria intacto sem ataques. Principalmente, porque representa as casas erguidas pelo trabalho de cada uma das mãos, a roda d'água que gerava energia para a comunidade a partir do rio de dejetos, e as fossas ecológicas cavadas como alternativa à falta de saneamento básico – mas não só isso. Representava o potencial da coletividade, a importância de enfrentar as contradições, a criatividade de transformar o lixo em vida e de não romantizar a própria existência, mas de transformá-la em movimento.

Esse movimento que era essencial para cada um daqueles que viviam esse processo, enfrentando seus maiores demônios internos e externos, lidando com o que há de mais podre no ser humano, de maneira literal e abstrata. E ao mesmo tempo, desenvolvendo as crianças, formando militantes, denunciando o capitalismo internacional e mostrando para o mundo todo que quisesse saber, o quanto existem alternativas a esse sistema de opressão.

A história da humanidade é a história da luta de classes, e os mais oprimidos avançam de forma diferente daqueles que nos dominam. A Tiradentes II é uma vitória porque ninguém seria capaz de passar por uma experiência como a que cada morador, movimento ou agente que ali esteve passou, e não ser uma pessoa completamente diferente. As lições aprendidas não estão nos livros, mas na memória, nos sentimentos e na experiência de cada pessoa que resistiu nesse processo. Não é uma história de amor e passividade, é uma história de luta e enfrentamento.

Cada pessoa que saiu desse processo e continua sendo esmagada por esse sistema de opressão carrega essa experiência consigo. Tudo isso nós aprendemos e, apesar da profunda tristeza de não vivenciar no mesmo formato, a comunidade continua viva em cada um, na história de Curitiba e do Estado do Paraná, e marcada na história mundial da luta de classes.

Toda solidariedade a comunidade Tiradentes II, que resistiu fisicamente por mais de 3 anos em seu território, no CIC, lutando contra o lixão da Solvi Essencis, localizado ao outro lado da rua da estação de água da Sanepar. Apesar da ocupação física não existir mais, cada morador leva consigo a comunidade e toda essa revolução. Muitos ainda precisam de ajuda para se realocar. Mais informações nas páginas do Movimento Popular por Moradia @mpm_parana, o movimento que dirigiu essa e diversas outras ocupações em Curitiba.

*Mariane Panek, psicóloga comunitária (CRP/08-32713), com atuação popular em território, educação e políticas públicas e militante da Revolução Socialista.

 

**As opiniões expressas nesse texto são de responsabilidade do/as autores/as e não representam necessariamente a posição do jornal Brasil de Fato

Editado por: Mayala Fernandes
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