SAÚDE PÚBLICA

Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul recomenda atualização da vacinação contra tétano

Número de casos registrados no primeiro semestre deste ano no estado já é igual ao total de casos de 2023

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Reforço deve ser feito a cada dez anos, principalmente se a pessoa tem mais de 60 anoss - José Cruz/Agência Brasil

Apenas no primeiro semestre de 2024, o Rio Grande do Sul já registrou 14 casos de tétano, o mesmo número de casos do ano de 2023 inteiro. A situação acendeu o alerta e a Secretaria da Saúde (SES), que emitiu a recomendação da atualização da vacinação antitetânica, especialmente para idosos, considerados mais vulneráveis à doença.

“É muito importante assegurar que todos estejam com a vacinação antitetânica atualizada. O reforço deve ser feito a cada dez anos. Principalmente se a pessoa tem mais de 60 anos. O tétano é uma doença grave e pode matar”, afirma Eliese Denardi Cesar, chefe da Seção de Imunizações da Divisão de Vigilância Epidemiológica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), vinculado à SES.

Segundo a SES, até o fim de junho deste ano foram confirmados 14 casos de tétano acidental – causado por cortes e perfurações, por exemplo –, que resultaram em três mortes. Em 2023, também foram 14 ocorrências, mas no ano inteiro, sendo que cinco delas levaram a óbito.

A doença é causada por uma bactéria (clostridium tetani), que pode estar presente em fezes, pele, terra, galhos, arbustos, água suja e poeira. Ela acomete indivíduos de ambos os sexos e independentemente da idade. Porém a faixa etária acima de 50 anos apresenta maior número de casos e óbitos. A letalidade chega a 61,1%, nos maiores de 80 anos de idade.

A infecção acontece pela contaminação de ferimentos superficiais ou profundos de qualquer natureza por esporos da bactéria. Não há transmissão direta de um indivíduo para outro. A principal medida de prevenção é a vacinação, e as doses estão disponíveis em todas as unidades básicas de saúde.

Quem deve se vacinar

O calendário vacinal de rotina das crianças, preconizado pelo Ministério da Saúde, contempla a aplicação de três doses com a vacina pentavalente, administrada aos dois, quatro e seis meses de idade.

Deve haver um reforço aos 15 meses de idade, e um segundo reforço aos quatro anos. A partir dessa idade é preconizado um reforço a cada dez anos, após a última dose administrada.

Gestantes também devem se vacinar em todas as gestações. Filhos de mães imunes apresentam imunidade passiva e transitória até 2 meses de vida.

Em situações de ferimentos com risco de tétano, considerando a gravidade e o esquema vacinal já realizado, podem ser prescritos soro antitetânico e imunoglobulina humana antitetânica. A imunidade conferida pelo soro antitetânico dura cerca de duas semanas, enquanto a conferida pela imunoglobulina humana antitetânica dura cerca de três semanas. A ocorrência da doença não confere imunidade.


 

Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Marcelo Ferreira