Drama climático

Chuvas atingiram diretamente pelo menos 420 mil domicílios gaúchos

Estudo do IPEA aponta que 870 mil pessoas viram as consequências da tragédias chegarem dentro de casa

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Casas destruídas em Arroio do Meio, um dos municípios atingidos pelas chuvas no Rio Grande do Sul - Vitor Shimomura/ Brasil de Fato

Pelo menos 870 mil pessoas tiveram suas casas diretamente impactadas pelas enchentes e deslizamentos no Rio Grande do Sul. O número representa quase 9% da população de todo o estado. Os dados são do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea).

O estudo inédito, divulgado nesta quarta-feira (17), revela também que 420 mil domicílios foram atingidos pelas consequências das chuvas. Eles estão localizados em 418 municípios que decretaram estado de calamidade ou emergência.

Segundo o levantamento do Ipea, a tragédia afetou quase 10% das famílias que viviam em situação de vulnerabilidade socioeconômica no estado antes catástrofe. O impacto total do desastre atingiu mais de 16 mil quilômetros quadrados. Isso representa 484 cidades, das 497 que compõem o território gaúcho.

O estrago, no entanto, é bem maior, já que a pesquisa se deteve apenas às pessoas que sofreram consequências diretas. Os dados não contabilizam, por exemplo, a população que não sofreu perdas materiais, mas foi atingida de maneira indireta com falta de acesso a serviços básicos.

Pelos cálculos das autoridades de defesa civil, estima-se que 2,3 milhões de cidadãos e cidadãs tenham sofrido impactos. O número de mortes chegou a 179. A tragédia climática das chuvas atingiu o Rio Grande do Sul a partir dos últimos dias do mês de abril e perdurou por até o início de maio.

Mesmo atualmente, cidades do estado ainda lidam com os impactos do evento, que foi um dos maiores desastres já registrados no Brasil e o mais potente a atingir o território gaúcho. Mais de 95% dos municípios foram afetados. 

Edição: Felipe Mendes