Ciência

Estudo revela semelhanças entre ação do coronavírus e da esquizofrenia no cérebro

Pesquisa brasileira observou que microrganismo também influencia processos de envelhecimento cerebral

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Cientistas compararam padrões de proteínas impulsionados pela covid-19 e pela esquizofrenia
Cientistas compararam padrões de proteínas impulsionados pela covid-19 e pela esquizofrenia - PIERRE-PHILIPPE MARCOU / AFP

Estudiosos brasileiros da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), do Instituto D’Or de Ensino e Pesquisa e do Centro Nacional de Pesquisas em Energia e Materiais (CNPEM), que investigaram a ação do coronavírus no cérebro humano, observaram que a covid-19 tem consequências semelhantes à de distúrbios como a esquizofrenia e Alzheimer. 

Assim como nos casos dessas condições, a ação do coronavírus parece acelerar o envelhecimento cerebral e ampliar o risco de desenvolvimento de problemas como diabetes, ataques cardíacos e derrames cerebrais. 

As semelhanças surpreenderam pelas diferenças da origem de cada uma das infecções. A Covid-19 é uma doença viral, já a esquizofrenia tem bases neurológicas.  

Embora semelhantes na manifestação de sintomas psiquiátricos, os processos são impulsionados por mecanismos diferentes. A covid-19 tem impacto específico na neurotransmissão da serotonina e a esquizofrenia afeta o ciclo das vesículas sinápticas. 

Para chegar às conclusões, os cientistas compararam padrões de proteínas nos cérebros de pessoas que morreram em decorrência da covid-19, com pessoas diagnosticadas com esquizofrenia. As informações foram coletadas em estudos prévios e bancos de dados científicos. 

Com as descobertas promissoras, a pesquisa abre as portas para investigações mais detalhadas a respeito das consequências dessas condições. Esse processo pode levar a novas formas de tratamento e ao avanço do conhecimento sobre os temas.   

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 21 milhões de pessoas em todo o mundo têm esquizofrenia, considerada um transtorno mental grave. Já a chamada covid longa atinge entre 10 e 20% da população que foi infectada pelo coronavírus.
 

Edição: Nathallia Fonseca