O grupo militante Houthis assumiu a autoria do ataque com drone que atingiu o centro da capital israelense nesta sexta-feira (19) deixando um morto e quatro feridos. Apoiado pelo Irã e solidário a movimentos palestinos, o grupo tem sede no Iêmen, cerca de dois mil km distante de Israel.
Militares israelenses dizem que o "drone muito grande" havia sido detectado, mas "uma falha humana" impediu o acionamento dos sistemas de interceptação e defesa. O morto no ataque era um homem israelense de 50 anos.
"Nenhuma sirene de alerta foi acionada", afirmou o Exército. A Força Aérea ampliou as operações para "proteger o espaço aéreo israelense".
"Segundo os primeiros elementos da investigação e as conclusões preliminares sobre o ataque, executado antes do amanhecer, seria um drone de fabricação iraniana que acreditamos ter sido lançado a partir do Iêmen", declarou o contra-almirante israelense Daniel Hagari em uma entrevista coletiva.
Aliado do Hamas
Os houthis classificaram o ataque como "uma operação militar qualitativa" contra "alvos importantes na área ocupada de Jafa, conhecida em Israel com o nome de Tel Aviv".
"A operação foi executada com um novo drone denominado 'Jafa', capaz de evitar os sistemas de interceptação do inimigo e indetectável para os radares. Atingiu os alvos com sucesso", acrescentou o porta-voz militar houthi.
Aliado do Hamas e solidário aos palestinos, os houthis, que governam parte do Iêmen, executaram vários ataques contra navios no Mar Vermelho e no Golfo de Aden nos últimos meses.
Ao menos 88 navios foram atingidos, de acordo com o centro de pesquisas Washington Institute for Near East Policy, o que forçou várias empresas de navegação a evitar o Mar Vermelho e levou o Canal de Suez a sofrer uma perda de receitas de 23,4% no ano fiscal de 2023- 2024.
Menos éticos
Pesquisa mensal do Jewish People Policy Institute revela que aumenta em Israel a desconfiança com as lideranças políticas e militares no país. O levantamento indica que um em cada quatro judeus israelenses e quatro em cada dez árabes israelenses deixariam o país, se tivessem possibilidade de emigrar.
Cerca de 84% dos judeus do país estão preocupados com a situação de segurança em Israel. Entre os israelenses árabes, a proporção é de 90%, mostra o estudo.
Os resultados da pesquisa também indicam uma mudança na opinião israelita no que diz respeito à conduta de Israel durante a guerra. Em comparação com uma pergunta idêntica de dois anos atrás, houve uma mudança significativa entre a população judaica de Israel no que diz respeito ao equilíbrio entre o desejo de comportar-se moralmente na guerra e a necessidade de defender os interesses israelitas.
Há dois anos, a maior parte do público apoiava uma ênfase na moralidade, equilibrada com a preocupação com os interesses do Estado (31% eram a favor do comportamento ético com exceções e 22% eram a favor de um equilíbrio igualitário), mas hoje o peso mudou para uma política baseada nos interesses, com a moralidade em segundo lugar (26 por cento apenas para interesses e 32 por cento para interesses com exceções em casos de violação moral grave).
*Com AFP e Haaretz
Edição: Rodrigo Durão Coelho