TERRA INDÍGENA

Indígenas retomam 3º território no Paraná e são cercados por policiais e fazendeiros

Caminhonetes e viaturas se alinharam próximo ao acampamento localizada em Guaíra nesta quarta-feira (17)

Brasil de Fato | Curutiba (PR) |
Os guaranis foram cercados pela tropa de choque, fazendeiros e polícia do batalhão de fronteira - Foto: Divulgação / cacique Isaias

Indígenas da retomada tekoha Y’Hovy, localizada em Guaíra (PR), foram cercados na quarta-feira (17) pelas forças de segurança e por fazendeiros. Tekoha é o nome dado às aldeias. A retomada está localizada em uma fazenda de soja, no interior do município, e onde em 2019 foi assassinado o indígena Demilson Ovelar Mendes. Esta é a terceira retomada Avá-Guarani no Oeste do Paraná apenas este mês.

Os indígenas chegaram na região pela manhã. Em um vídeo divulgado pelas lideranças, policiais se aproximaram e pediram informações para, segundo eles, garantir a segurança da comunidade.

Já no início da tarde daquele dia, caminhonetes de fazendeiros e viaturas se alinharam próximo ao acampamento. "Estamos em iminente conflito agora. Os guaranis estão cercados pela tropa de choque, fazendeiros e polícia do batalhão de fronteira. Estão prestes a nos atacar", afirma Ilson Soares, que estava no local. 

Assim como as outras duas áreas no município de Terra Roxa, esta também está dentro da região Guasu Guavirá, um território indígena já delimitado pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) em 2018, entre os municípios de Guaíra, Terra Roxa e Altônia, mas que devido à Lei 14.701/2023, conhecida como Marco Temporal, não consegue ser reivindicada.

Em uma carta escrita e assinada pelas lideranças, eles afirmam: 

"Nesse fogo cruzado, entre a lei escrita do homem branco não está nos restando outra opção a não ser fazermos a nossa autodemarcação nesse nosso território ancestral. Entre esse fogo cruzado de leis escritas dos homens brancos, só nos resta proteger o nosso território e o nosso corpo com a nossa própria vida, numa região totalmente anti-indígena”.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Fonte: BdF Paraná

Edição: Lucas Botelho