O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa de encontro com lideranças de movimentos populares, nesta sexta-feira (19), no Armazém do Campo, em São Paulo (SP), onde o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) comercializa produtos da reforma agrária.
Em visita à loja, o presidente conversou com trabalhadores, conheceu os produtos comercializados e tomou café produzido por famílias assentadas. Antes, Lula também passou pela livraria Expressão Popular, localizada no mesmo espaço.
Em entrevista ao Brasil de Fato, Ademar Ludwig, coordenador da rede Armazém do Campo, pontuou que um dos pontos de diálogo com o governo é a demanda pelo fortalecimento de políticas voltadas para a reforma agrária.
"Nossa tarefa é sinalizar para o governo que é possível produzir alimentos saudáveis para toda a classe trabalhadora, e o armazém é uma prova concreta disso. Somente nessa loja são mais de 1.500 itens. É a prova de que é possível produzir com diversidade, qualidade, sem monocultivo e com alta tecnologia empregada", disse.
Lula visita livraria Expressão Popular, no centro São Paulo (SP) / Vitor Shimomura/ Brasil de Fato
Movimentos pressionam por redução de agrotóxicos
Nesta quinta-feira (18), movimentos populares expressaram, em Brasília (DF), indignação pela negativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em aceitar a incorporação do Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara) no escopo do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo). Nesse contexto, Ludwig lembrou que, para fortalecer as políticas voltadas para a reforma agrária e produção de alimentos saudáveis, são necessárias iniciativas governamentais. "É sobre isso que a gente quer dialogar com o presidente aqui na nossa casa", afirmou.
Lula vistou o local acompanhado da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, e dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Laércio Portela (Secretaria de Comunicação Social) e Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência).
A reunião de Lula com movimentos conta com representantes de aproximadamente 60 organizações do campo popular ligadas às Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, entre elas o MST, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
No sábado (20), o presidente segue com agenda em São Paulo, onde participa do ato de formalização da candidatura de Guilherme Boulos (Psol) à prefeitura da capital paulista.
Armazém do Campo
O Armazém do Campo divide espaço com outros movimentos e organizações do campo popular, como a livraria da editora Expressão Popular.
A ideia de criação de pontos de comercialização de alimentos da reforma agrária surgiu há quase oito anos no MST a partir da percepção de que era preciso conectar os frutos do trabalho das famílias do campo ao ambiente urbano. Hoje, há mais de 30 unidades em todo o Brasil.
Um trabalho coletivo criou a marca Armazém do Campo – Produtos da Terra, que, com o passar dos anos, se consolidou como maior rede de distribuição de produtos da reforma agrária de todo o país.
Nas prateleiras é possível encontrar centenas de produtos in natura a industrializados. Uma lista que inclui arroz, feijão, farinhas, frutas, verduras, hortaliças, óleos, derivados do leite, mel, açúcar e mais. Tudo vem de assentamentos do MST espalhados pelo país.
Edição: Martina Medina
