'Menos, mercado'

'O mercado deveria se submeter ao voto' se quer comandar o país, defende Gleisi

Declaração foi dada na chegada ao encontro de Lula com movimentos populares, em São Paulo

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, chega para encontro de Lula com movimentos populares no Armazém do Campo, em São Paulo - José Bernardes/Brasil de Fato

A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, cobrou calma e menos especulação do mercado financeiro na tarde desta sexta-feira (19), em São Paulo.

"O mercado especula muito. Contra o povo brasileiro, contra o Brasil. Aliás, o mercado deveria se submeter ao voto, quem sabe assim poderia comandar de fato o país. E quer comandar sem ter essa legitimidade", afirmou. "O presidente [Lula] tem muita legitimidade, e tem sido muito enfático e preciso nas suas colocações, mostrando quais são os problemas que nós temos que enfrentar e como a gente tem que trabalhar isso junto com o povo brasileiro. O presidente fala com o povo".

A declaração foi dada na chegada de Gleisi ao encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com movimentos populares, que acontece nesta tarde Armazém do Campo, na região central da capital paulista.

A presidenta do PT tem sido uma voz constante nos embates contra as pressões do mercado por cortes de recursos governamentais para políticas sociais e investimentos, bem como na cobrança pela queda da taxa de juros pelo Banco Central comandado por Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Eu espero que o mercado se acalme. Menos, né mercado, menos. Já ganha demais, já especula demais. O governo tem responsabilidade no seu fiscal, está fazendo as coisas certas. Não se pode querer ou exigir que nós nos matemos, nos suicidemos, esse é o nome. As coisas têm que ser mais brandas. Assim como o mercado fica pressionando, nós também temos que pressionar o mercado a ter outra postura", defendeu. 

Diálogo

A presidenta do PT considerou importante a realização do encontro desta sexta para que o governo possa ouvir os movimentos. "É uma demonstração de que o presidente governa junto com os movimentos. Acho isso importante e espero que a gente tenha uma agenda em sequência, de vários outros encontros, e também de ações e projetos que a gente possa fazer junto com o governo", declarou Gleisi, que já foi citada como opção para ocupar a Secretaria-Geral da Presidência da República, órgão responsável pela interlocução com movimentos sociais e hoje liderada pelo ministro Márcio Macêdo, do PT de Sergipe.

"Esses movimentos populares foram essenciais para nossa vitória à presidência da República, para defesa do Lula na época do Lula Livre, nas nossas lutas todas de resistência à extrema direita", concluiu.

Edição: Nathallia Fonseca