Pressão forte

Joe Biden desiste de concorrer à reeleição nos EUA

'Acredito que é do interesse do meu partido e do país que eu me retire', disse presidente estadunidense em carta

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Joe Biden não é mais o candidato democrata nas eleições deste ano - Kent Nishimura / AFP

Utilizando seu perfil pessoal no X, antigo Twitter, o presidente estadunidense Joe Biden anunciou neste domingo (21) que não será candidato à reeleição na disputa pela Casa Branca, colocando fim a um impasse que dura meses nos bastidores do Partido Democrata.

"Embora tenha sido minha intenção buscar a reeleição, acredito que é do interesse do meu partido e do país que eu me retire e me concentre apenas no cumprimento dos meus deveres como presidente até o fim do meu mandato", disse Biden, na carta divulgada por seus assessores.

Biden se dirigiu à vice-presidente do país. "Quero agradecer Kamala Harris por ser uma parceira extraordinária em todo este trabalho". Ele ainda expressou seu "sincero agradecimento ao povo americano pela fé e confiança depositadas", afirmando que foi uma "honra" servir como presidente.

Kamala é favorita

Agora, o impasse será sobre a sucessão. Ex-senadora e primeira mulher negra a ocupar a vice-presidência estadunidense, Kamala é o nome mais forte para enfrentar Trump. Além do próprio Biden, o ex-presidente Bill Clinton e a ex-candidata à Casa Branca Hillary Clinton declararam apoio a vice-presidente na liderança da chapa democrata.

Na última semana, a ex-presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, a deputada Nancy Pelosi, defendeu que os democratas realizem prévias, segundo o jornal New York Times.

Problemas de saúde

Biden foi forçado a desistir após dúvidas sobre seu estado de saúde. Com 81 anos, o democrata apresentava dificuldades para caminhar e discursar nos últimos eventos de sua campanha.

Além disso, pesquisas indicavam que seu nome não é competitivo quando comparado com o candidato republicano, o ex-presidente Donald Trump, que lidera todos os cenários da disputa contra Biden.


Leia a carta de Biden na íntegra:

Meus companheiros americanos,

Nos últimos três anos e meio fizemos grandes progressos como Nação.

Hoje, a América tem a economia mais forte do mundo. Fizemos investimentos históricos na reconstrução da nossa nação, na redução dos custos dos medicamentos prescritos para os idosos e na expansão dos cuidados de saúde acessíveis a um número recorde de americanos. Fornecemos cuidados extremamente necessários a um milhão de veteranos expostos a substâncias tóxicas. Aprovamos a primeira lei de segurança de armas em 30 anos. Nomeamos a primeira mulher afro-americana para a Suprema Corte. E aprovamos a legislação climática mais significativa da história do mundo. A América nunca esteve melhor posicionada para liderar do que hoje.

Sei que nada disso poderia ter sido feito sem vocês, povo americano. Juntos, superamos uma pandemia e a pior crise econômica desde a Grande Depressão. Protegemos e preservamos a nossa democracia. E revitalizamos e fortalecemos nossas alianças em todo o mundo.

Embora tenha sido minha intenção buscar a reeleição, acredito que é do interesse do meu partido e do país que eu me retire e me concentre apenas no cumprimento dos meus deveres como presidente até o fim do meu mandato. Falarei à Nação ainda esta semana com mais detalhes sobre minha decisão.

Por enquanto, deixe-me expressar minha mais profunda gratidão a todos os que trabalharam tanto para me ver reeleito. Quero agradecer à vice-presidente Kamala Harris por ser uma parceira extraordinária em todo este trabalho. Expresso aqui meu sincero agradecimento ao povo americano pela fé e confiança depositadas em mim.

Acredito hoje no que sempre acreditei: que não há nada que a América não possa fazer – quando fazemos isso juntos. Só temos que lembrar que somos os Estados Unidos da América.

 

Edição: Martina Medina