A celebração LGBTQIAPN+ vista na abertura das Olimpíadas de Paris ocorrida nesta sexta-feira (26) incomodou a extrema direita francesa. A cerimônia contou com dois homens se beijando, drag queens recriando a Última Ceia e uma modelo trans, entre outras referências.
O quadro artístico intitulado "Festividade" começou com a imagem de um grupo sentado junto a uma mesa, no qual estavam várias drag queens célebres, como Nicky Doll, Paloma e Piche. A cena lembrava a última ceia de Jesus Cristo com seus apóstolos.
Com música da DJ francesa Barbara Butch, militante feminista e lésbica, várias modelos, entre elas Raya Martigny, uma mulher transgênero, desfilaram depois com trajes desenhados por talentos emergentes da moda.
Um pouco antes, em um trecho chamado "Amores parisienses" do quadro "Liberdade", o diretor artístico Thomas Jolly – que revelou ter sido assediado quando adolescente por sua homossexualidade – colocou em cena "uma Paris em que o desejo se afirma e se expressa", segundo o documento que apresenta o desenvolvimento do espetáculo.
Após uma "coreografia sensual e aérea que evoca como se gera o desejo", interpretada por dançarinos com roupas nas cores arco-íris da bandeira LGBTQIA+, dois homens se beijam e um trio se tranca em um quarto.
Reação reacionária
A eurodeputada francesa Marion Marechal reagiu com uma mensagem nas redes sociais: "Difícil apreciar as estranhas cenas entre Maria Antonietas decapitadas, um trouple [trio amoroso] que se beija, drag queens, a humilhação da Guarda Republicana obrigada a dançar com Aya Nakamura, a feiura dos trajes e das coreografias."
"Procuramos desesperadamente a celebração dos valores do esporte e da beleza da França em meio a uma propaganda woke tão grosseira", acrescentou a legisladora de extrema direita.
*Com AFP
Edição: Thalita Pires