Reação da direita

Governo Milei incentiva cerco à embaixada venezuelana em Buenos Aires; veja imagens

Embaixadora da Venezuela responsabiliza pessoalmente ministra argentina por ato de intimidação em dia de eleições

Brasil de Fato | São Paulo (SP) | |
A embaixada venezuelana em Buenos Aires foi cercada na noite de domingo - Reprodução

A embaixadora venezuelana em Buenos Aires denunciou o cerco à embaixada do país em Buenos Aires neste domingo (28). Stella Lugo responsabilizou pessoalmente a ministra de Segurança argentina, Patrícia Bullrich, pelo ato de intimidação. 

"Denuncio veementemente as ações intervencionistas irresponsáveis ​​e o cerco à nossa embaixada em Buenos Aires", escreveu ela nas redes sociais, horas após o fechamento das urnas na Venezuela, que realizou eleições presidenciais neste domingo. 

"Patrícia Bullrich viola convenções internacionais e incita ao ódio e à violência. Considero-a responsável por qualquer agressão contra a nossa embaixada, o nosso pessoal diplomático e local, e os membros das mesas de voto que ainda se encontram na embaixada. Hoje tivemos um lindo dia de eleições e você pretende obscurecê-lo."

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Desde a tarde de domingo, a aglomeração havia sido incentivada pela integrante do núcleo duro do governo de extrema direita de Javier Milei, que apoia a ala da oposição venezuelana comandada pela ultraliberal Maria Corina Machado. Patrícia Bullrich compareceu ao local e postou em suas redes que esperava o anúncio oficial do pleito.

"Estamos em frente à embaixada da Venezuela aguardando o resultado das eleições junto com centenas de pessoas", escreveu ela. O governo de Milei é abertamente hostil à administração de Maduro e, em pouco meses, já acumulou uma série de incidentes diplomáticos entre os dois países. 

Mas no início da noite a aglomeração havia se tornado um ruidoso cerco à representação diplomática. Veja imagens:

 

 

Neste domingo, o ministério das Relações Exteriores da Argentina emitiu nota sobre as eleições presidenciais na Venezuela. 

"Os chanceleres dos países Argentina, Costa Rica, Equador, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai acompanham de perto os acontecimentos na Venezuela e consideram essencial ter garantias de que os resultados eleitorais respeitarão plenamente a vontade popular expressada por o povo venezuelano nas urnas. Isto só pode ser conseguido através de uma contagem de votos transparente, que permita a verificação e controlo dos observadores e delegados de todos os candidatos", diz o comunicado, sugerindo possíveis irregularidades, mesmo sem o registro de que tenham ocorrido incidentes durante o pleito. 

Macri golpista

Na noite de domingo, o ex-presidente argentino Mauricio Macri postou em suas redes um chamado para que os militares venezuelanos se engajem em golpe. Apesar de o resultado não ter sido divulgado, o empresário que governou a Argentina entre 2015 e 2019 disse que "A maioria dos venezuelanos falou alto e claro: Maduro deve deixar o poder".

"Agora as Forças Armadas Venezuelanas têm a oportunidade de ficar do lado certo da história e garantir que a vontade do povo seja respeitada. Apelamos à comunidade internacional, e especialmente aos países da região, que devem garantir o compromisso com a democracia, para não permitir que esta ditadura se perpetue ao longo do tempo", escreveu ele. 

Espera-se que o anúncio dos resultados das eleições venezuelanas seja divulgado ainda na noite deste domingo.

Edição: Rodrigo Durão Coelho