Rebeca Andrade fez história nas Olimpíadas de Paris na tarde desta quinta-feira (1º). A ginasta travou com a estadunidense Simone Biles um dos duelos mais esperados do Jogos e ficou com a medalha de prata no individual geral da ginástica artística.
A medalha desta quinta se soma ao bronze na disputa por equipes conquistado pelo Brasil na terça-feira (30) e às duas conquistadas por ela em Tóquio 2020: prata também no individual geral e ouro no salto. Ela se tornou, assim, a atleta brasileira com mais medalhas olímpicas na história.
O número ainda pode crescer: Rebeca tem mais três finais em Paris. Se conquistar uma medalha, iguala o recorde de Torben Grael e Robert Scheidt, ambos da vela, que têm cinco medalhas cada. Se forem mais dois pódios, ela será a atleta brasileira – entre homens e mulheres – com mais conquistas olímpicas na história. Em todas as finais – trave, solo e salto – a grande rival dela será, também, Biles.
Os resultados das duas atletas nos últimos anos as credenciavam para os primeiros lugares no pódio olímpico. O favoritismo era de Biles, mas a única concorrente viável era Rebeca.
A expectativa por uma final de alto nível se concretizou. Nenhuma das ginastas cometeu falhas graves. A pior foi um desequilíbrio de Biles nas barras paralelas – aparelho mais fraco de ambas. O erro levou Rebeca a liderar a disputa após o segundo de quatro aparelhos e também alçou os sonhos dos torcedores brasileiros com o ouro.
O desempenho de Biles no solo, no entanto, acabou com qualquer possibilidade de Rebeca subir no lugar mais alto do pódio e dar ao Brasil seu primeiro ouro em Paris. Na última rodada, a americana tirou a nota mais alta do dia no aparelho – 15,066 – e venceu a competição.
A nota mostra a diferença de Biles em relação às outras atletas. Rebeca teve a segunda melhor nota no solo entre as 24 competidoras: 14,033, mais de um ponto a menos em relação a Biles.
Prata na marcha atlética
No início do dia, o Brasil conquistou mais uma prata. Foi na disputa da marcha atlética, com Caio Bonfim. Foi a primeira conquista do atleta de 33 anos, que faz a quarta participação olímpica.
A conquista rendeu mais uma foto histórica dessas Olimpíadas. A imagem mostra o brasileiro liderando a prova, com um pelotão de competidores atrás em uma formação que se assemelha ao mapa do Brasil.
Caio Bonfim já havia se aproximado da medalha nos Jogos Rio 2016, quando terminou a prova da marcha na quarta posição, até então o melhor resultado para o Brasil na prova. Em Londres (2012), sua estreia olímpica, ele passou mal e não completou o percurso. E em Tóquio (2021), ele terminou na 13ª colocação.
Outros resultados
O dia foi de bons resultados no vôlei feminino. Na quadra, a seleção brasileira venceu o Japão por 3 a 0 e devolveu a derrota sofrida na semifinal da Liga das Nações, torneio preparatório para as Olimpíadas e que nunca foi vencido pelo Brasil. A seleção venceu todos os jogos da fase classificatória, mas perdeu a semifinal e a disputa pelo terceiro lugar.
Na areia, a dupla Ana Patrícia e Duda venceu as italianas Gottardi e Menegatti por 2 a 0 e terminou a fase classificatória de forma invicta. Elas jogam a fase de oitavas de final no domingo (4) às 4h. As adversárias ainda não estão definidas.
Entre os homens, a dupla George e Andrá perdeu por 2 a 1 para os americanos Partain e Benesh. Com uma vitória e duas derrotas, a dupla jogará a repescagem por uma vaga nas oitavas de final, ainda sem data e horário definidos.
No judô, os dois brasileiros que competiram no dia perderam na estreia. Leonardo Gonçalves (-100kg) foi derrotado por Dzhafar Kostoev, dos Emirados Árabes Unidos. Já Mayra Aguiar (-78kg), que tem no currículo medalhas de bronze nos jogos de 2012, 2016 e 2020, caiu para a italiana Alice Bellandi.
No surfe, a terceira rodada teve um confronto de brasileiras. Luana Silva venceu Tainá Hinckel por 6,77 a 5,93 e avançou para as quartas. Tatiana Weston-Webb teve um excelente desempenho e venceu a estadunidense Caitlin Simmers por 12,34 a 1,93. As quartas de final da categoria serão disputadas ainda na noite desta quinta-feira.
Edição: Nicolau Soares