MÁ VONTADE?

Candidato opositor Edmundo González falta em audiência no Supremo da Venezuela que serviria para levar provas de suposta fraude

Todos os outros nove candidatos, incluindo Maduro, pediram rapidez na investigação sobre resultado do pleito

Brasil de Fato | Caracas (Venezuela) |
Todos os candidatos, exceto Gonzáles, compareceram à seção do Supremo venezuelano nesta sexta - AFP

O principal candidato da oposição venezuelana, que vem alegando que houve fraude nas eleições presidenciais do último domingo, faltou nesta sexta-feira (2) em reunião no Tribunal Supremo de Justiça do  país. A seção da mais alta corte do Judiciário venezuelano era oportunidade para a apresentação de provas, na abertura das investigações sobre o resultado do pleito. 

A investigação foi provocada por um recurso apresentado por Nicolás Maduro, candidato declarado reeleito pelo Conselho Nacional Eleitoral. 

A medida é ferramenta para pedir à Justiça o cumprimento da Constituição em determinada situação. Ou seja, é um instrumento para questionar ações ou omissões de qualquer um dos Poderes. Neste caso, o pedido é para que a Sala Eleitoral da Corte investigue os ataques “o mais rápido possível”. 

O único dos candidatos que disputaram a eleição que que não participou foi González. Além de Maduro, os outros 8 candidatos da oposição participaram. Todos eles pediram celeridade na divulgação dos resultados e falaram sobre a importância de que sejam apresentadas as atas eleitorais. 

"Houve muita lentidão. Nós assinamos um acordo para respeitar os resultados e confiamos no árbitro. Mas o CNE demorou muito para mostrar as atas. É necessário que se esclareça o mais rápido possível para tirar esse manto de opacidade que levou a enfrentamentos e violência", disse Javier Bertucci, pastor evangélico e deputado pelo partido El Cambio.

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O sistema eleitoral do país ainda não divulgou o resultado segmentado das mesas eleitorais da Venezuela por um suposto ataque cibernético contra o sistema do Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Maduro também disse que esse “ataque hacker” precisa ser investigado.

O CNE tem um período de 30 dias para publicar o resultado completo das eleições no Diário Oficial. As atas, no entanto, não são publicadas.

Nicolás Maduro também falou e disse que os 5 Poderes constitucionais da Venezuela estão constituídos, mas que precisam ser aperfeiçoados. Ele voltou a criticar Edmundo González Urrutia por não assinar um acordo para reconhecer os resultados e não participar da reunião na Justiça.

Edição: Rodrigo Durão Coelho