O Brasil comemorou nesta sexta-feira (2) sua primeira medalha de ouro nas Olimpíadas de Paris. No último dia das disputas individuais do judô, Beatriz Souza teve sua vitória mais importante na semifinal, quando derrotou a líder do ranking mundial Romane Dicko, da França. Ela acumulava quatro derrotas para a francesa nos últimos anos.
Na final, ela confirmou a freguesia contra a israelense Raz Hershkom. Com um waza-ari aos 44 segundos de combate, Beatriz, de 26 anos, não tomou golpes nos quatro minutos da luta e conseguiu a conquista em sua primeira participação olímpica.
"Mulherada, pretos e pretas do mundo todo. É possível. Acreditem. Às vezes a gente acha que pode estar pagando muito caro, mas vale cada centavo quando a gente conquista o que a gente quer", destacou em entrevista à CazéTV após a luta. O canal de YouTube, que transmite as disputas olímpicas gratuitamente, fez uma campanha para que Beatriz conseguisse mais seguidores nas redes sociais. Sua conta, que tinha um número de seguidores modesto – cerca de 10 mil – já chegou à marca de 1,5 milhão de seguidores.
"Pretos e pretas do mundo todo, é possível. Acreditem!"
— MTST (@mtst) August 2, 2024
Beatriz Sousa ✊❤️ pic.twitter.com/6Gbux7vrdZ
Quinta colocada no ranking mundial da categoria, Beatriz é atleta do clube Pinheiros, de São Paulo. Ela tem três medalhas individuais em campeonatos mundiais: prata em 2022 e bronze em 2021 e 2023. Ela também tem outras três medalhas nas disputas de equipes mistas em mundiais: prata em 2017 e bronze em 2021 e 2023.
À RFI Brasil, ela voltou a destacar as dificuldades de ser uma mulher negra o esporte. "Todo sonho é possível, por mais que a gente não tenha tantas mulheres negras da América Latina no pódio. Eu trabalho para manter o judô em alta e para inspirar", disse. "Sou mulher preta, guerreira que conquistou o mundo e quero que outras saibam que é possível."
O judô é a modalidade que mais trouxe medalhas para o Brasil em Olimpíadas na história. Foram 27 conquistas: 5 ouros, 4 pratas e 18 bronzes. De acordo com levantamento do Instituto de Pesquisa Inteligência Esportiva da Universidade Federal do Paraná (IPIEUFPR), a confederação Brasileira de Judô recebeu, entre 2002 e 2023, R$ 109 milhões de recurso via Lei de Loterias, que é um dos principais meios de financiamento do esporte brasileiro de alto rendimento.
Outros destaques
No primeiro dia de competições do atletismo, a paranaense Valdileia Martins conseguiu a classificação para a final do salto em altura. Ela saltou 1,92, igualando o recorde brasileiro estabelecido há 35 anos por Orlane Maria dos Santos.
No entanto, a atleta corre o risco de não disputar a final por conta de uma torção no tornozelo durante a prova. Segundo nota da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), a atleta iniciou um tratamento intensivo com medicamentos e fisioterapia para se recuperar e saltar na final, que acontece no domingo (4), a partir das 14h55 (horário de Brasília).
No boxe, Jucielen Cerqueira Romeu estreou na categoria peso-pena (até 57 kg) derrotando a estadunidense Alyssa Mendoza e conquistou a vaga para as quartas de final. Ela enfrentará a turca Esra Yildiz Kahraman, no domingo (4), às 6h16 (horário de Brasília). Se vencer, Jucielen garante a vaga na semifinal e, no mínimo, a medalha de bronze.
No vôlei de praia feminino, as duas duplas brasileiras terminaram a primeira fase em primeiro em seus grupos e passam com moral para as oitavas.
Carol Soberg e Bárbara Seixas venceram as holandesas Katja Stam e Raisa Schoon no tie break, na manhã desta sexta. Elas se juntam a Duda e Ana Patrícia, que garantiram a vaga e a liderança de seu grupo nesta quinta-feira (1º), com vitória sobre as italianas Valentina Gottardi e Marta Menegatti. Com os resultados, as duplas brasileiras só podem se cruzar em uma eventual semifinal.
*Com informações da Agência Brasil
Edição: Thalita Pires