Violência

Artistas sofrem ataque em São Paulo durante pintura de mural em apoio à Palestina

De acordo com relatos, um homem agrediu equipe e mexeu em cordas que sustentavam artista

Brasil de Fato | São Paulo |
Agressor chutou latas de tinta e mexeu em cordas que mantinham artista suspenso - Kleber Pagu/Arquivo Pessoal

Artistas que participavam da pintura de uma empena de edifício na rua da Consolação, região central de São Paulo, sofreram o que descrevem como um “ataque sionista”, na tarde deste domingo (4). De acordo com relatos, um homem se aproximou do trabalho, um mural de quase 30 metros em homenagem ao povo palestino, chutou latas de tinta, agrediu a equipe que estava em solo e chegou a mexer nas cordas que mantinham o artista visual Kleber Pagu no alto da parede. 

A atividade compõe a Jornada Nacional de Muralismo em defesa da Palestina, organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em diferentes cidades brasileiras. O edifício que recebe o mural é o mesmo que abriga a ocupação Penha Pietra’s, que também compõe a programação política. 

“O que aconteceu foi um ato de intolerância à expressão, uma agressão sionista e ao artista, mas o mais grave é que havia uma pessoa pendurada nas cordas e o agressor forçou aquelas cordas. Ou seja, há um atentado à vida”, aponta o coordenador da Jornada Nacional do MST, Luciano Carvalho. 

O caso foi encaminhado para a 78ª Distrito Policial, no bairro dos Jardins, onde um boletim de ocorrência foi registrado. Até o momento da conclusão desta matéria, porém, a reportagem não conseguiu resposta da Polícia sobre o assunto. 

O artista visual Kleber Pagu, que sofreu a principal agressão, comenta que “em outros momentos existiram xingamentos, carros que buzinavam, mas há uma diferença muito grande quando alguém se aproxima e nos agride. Outro limite foi cruzado”, diz. 

Uma inauguração da obra estava marcada para as 14h deste domingo. Após o ataque, porém, a programação da tarde foi reformulada para um ato em protesto à violência sofrida pelo grupo. “Vamos terminar a obra e fazer um ato político. Mas vamos precisar de reforços, de seguranças populares para lidar com esse estado de violência”, reforça Luciano Carvalho.

 

Edição: Nathallia Fonseca