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Médicos da rede pública do Distrito Federal devem votar indicativo de greve na quarta-feira (14)

Categoria pede recomposição salarial; 'todos os meios de negociação foram ignorados pelo GDF', afirma Gutemberg

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Falta de profissionais na rede pública de saúde do DF gera sobrecarga e diminui qualidade do serviço prestado - Marcelo Camargo/Agência Brasil

A rede pública de saúde do Distrito Federal sofre com falta de profissionais e sobrecarga daqueles em atuação, o que impacta diretamente na qualidade do serviço prestado. Desde 2018, o Sindicato dos Médicos do DF (SindMédico-DF) tenta, sem sucesso, negociar com o GDF uma recomposição salarial. 

O tema será discutido pela categoria na próxima quarta-feira, dia 14 de agosto, a partir das 19h, em assembleia geral do SindMédico-DF. Além da campanha salarial, a deliberação de um indicativo de greve também estará em pauta. 

“A recomposição é necessária para a carreira médica no serviço público voltar a ser atraente. E é um passo indispensável para melhoria das condições de trabalho nas unidades públicas de saúde do DF e melhor oferta de assistência aos usuários do SUS no DF”, afirma o presidente do sindicato, Gutemberg Fialho.

Interrompidas durante a pandemia da covid-19, quando reajustes salariais foram proibidos pela Lei Complementar 173/20, as tratativas para o estabelecimento das negociações de revisão do plano de carreira, cargos e salários (PCCS) foram retomadas em 2022, sem resposta do GDF.

O sindicato afirma que também pediu mediação da negociação ao Ministério Público do Trabalho e fez diversos pedidos de audiência com o governador, mas as tratativas não avançaram.

“Sem resposta do governo e com a defasagem salarial crescente, a Secretaria de Estado de Saúde do DF não consegue contratar médicos aprovados em concurso, ao mesmo tempo em que ocorre a evasão de médicos do quadro de servidores, o que provoca sobrecarga de trabalho, adoecimento e queda na qualidade da assistência à saúde da população”, explica o SindMédico-DF.

A entidade aponta que, nos últimos anos, todas as especialidades, exceto a medicina de família e comunidade e a medicina de emergência, sofreram com redução do quadro de profissionais. Segundo dados levantados pelo Sindicato, em abril de 2014, a SES-DF contava com 5.546 médicos. Hoje, esse número é de 4.197, nas unidades de saúde sob administração direta da SES-DF.

A redução também atingiu a folha de pagamento. De acordo com o sindicato, o percentual de participação dos salários dos médicos na composição da folha caiu de 31% para 25%. “O movimento paredista é a última opção, mas todos os meios possíveis para o estabelecimento de negociações foram ignorados pelo GDF”, afirma Gutemberg.

Fonte: BdF Distrito Federal

Edição: Márcia Silva