A Venezuela deve registrar o maior crescimento do PIB da América do Sul em 2024, com uma taxa de crescimento de 5% enquanto a Argentina apresentou a maior queda, com 3,6%. Os dados são do relatório anual da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).
O relatório, um dos mais importantes dessa comissão econômica regional das Nações Unidas, foi apresentado em Santiago, Chile, na terça-feira (13) em uma coletiva de imprensa liderada pelo secretário executivo da Cepal, José Manuel Salazar-Xirinachs.
O bom desempenho é o resultado do conjunto de saídas encontradas pelo governo de Nicolás Maduro para superar os imensos obstáculos gerados pelas sanções econômicas impostas unilateralmente pelos EUA contra a Venezuela. O dados havia sido classificado como "invejável" pela economista Juliane Furno ao Brasil de Fato.
"O plano de recuperação da Venezuela é invejável. A Venezuela saiu de uma inflação mensal de 97% em junho de 2018 para 1% em junho deste ano. É o segundo país que mais cresceu na América Latina ano passado, o que mais deve crescer neste ano. E estamos falando de um país que convive com 930 sanções."
O estudo da Cepal avalia que a América Latina e o Caribe como um todo deva seguir com baixo crescimento este ano, à média de 1,8%, classificado pela comissão como "uma armadilha de baixo crescimento, acompanhada por um fraco desempenho do investimento e baixa produtividade do trabalho, além de pouco espaço para implementação de políticas macroeconômicas reativadoras, em um cenário de incerteza global".
Esse crescimento lento deve ser observado em todas as sub-regiões, com a América do Sul crescendo 1,5%; a América Central e o México, 2,2%; e o Caribe (excluindo a Guiana), 2,6%. Até 2025, espera-se que a região como um todo cresça 2,3%, uma recuperação que seria explicada, em particular, pelo desempenho da América do Sul, cujo crescimento deverá chegar a 2,4%. A grande exceção é a Guiana, que cresceu 39% no ano passado e deve crescer 29% em 2024.
De acordo com o relatório, ao longo da última década, os países latino-americanos apresentaram baixo crescimento econômico, com uma taxa média de 0,9% no período de 2015 a 2024. Portanto, o relatório explica que impulsionar o crescimento é uma tarefa fundamental para que a região responda aos desafios ambientais, sociais e trabalhistas atualmente enfrentados.
Edição: Leandro Melito