GENOCÍDIO

Israel já matou mais de 40 mil palestinos na Faixa de Gaza desde outubro

Pelo menos 40 pessoas morreram nas últimas 24 horas, informou em comunicado o Ministério da Saúde em Gaza

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Funeral de Wael Masha, morto durante um ataque aéreo israelense no campo de refugiados de Balata, a leste de Nablus na manhã de 15 de agosto de 2024 - Zain JAAFAR / AFP

O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, governado pelo Hamas, informou nesta quinta-feira (15) que o número de palestinos mortos por Israel já supera os 40 mil no território, desde o início do atual genocídio em 7 de outubroVolker Türk, alto comissário da ONU para os direitos humanos, rotulou a cifra de "marco sombrio para o mundo inteiro". 

"Em média, aproximadamente 130 pessoas morreram todos os dias em Gaza durante os últimos dez meses. A magnitude da destruição de casas, hospitais, escolas e locais de culto pelo Exército israelense é profundamente chocante. Hoje é um marco sombrio para o mundo inteiro. O povo de Gaza lamenta hoje a morte de 40 mil palestinos", disse ele. 

"Esta situação inimaginável se deve em grande parte às violações recorrentes das normas de guerra por parte das forças de defesa israelenses", disse ele.

O direito humanitário internacional "é muito claro sobre a importância primordial da proteção dos civis, de suas propriedades e infraestruturas", disse Türk, que indicou que seus serviços registraram "graves violações deste direito tanto pelo Exército israelense quanto por grupos palestinos, incluindo o braço armado do Hamas". 

"Apelo a todas as partes a aceitarem um cessar-fogo imediato" e também à libertação dos reféns, além dos "palestinos detidos arbitrariamente".

Pelo menos 40 pessoas morreram nas últimas 24 horas, informou em comunicado o Ministério da Saúde deste território, que tinha 2,4 milhões de pessoas antes da guerra.

Palestinos atacados por soldados israelenses e colonos na Cisjordânia ocupada

No outro território palestino ocupado por Israel, a Cisjordânia, soldados israelenses detiveram um homem palestino, um entre pelo menos 30 nesta quinta-feira, após agredi-lo em sua casa em Masafer Yatta, ao sul de Hebron. Os soldados também protegeram os colonos, pois impediram que fazendeiros palestinos chegassem aos seus campos para colher safras em Wadi Maain, de acordo com a agência de notícias Wafa.

Dezenas de oliveiras foram incendiadas por colonos israelenses em Khalayel al-Loz, a sudeste de Belém, onde um grupo de colonos havia hasteado bandeiras israelenses sobre terras palestinas na área alguns dias antes. 

Na área de Umm al-Jamal, no norte do Vale do Jordão, os colonos roubaram um rebanho de ovelhas pertencentes a um fazendeiro palestino e as levaram para seus próprios postos avançados ilegais.

Na madrugada anterior, na quarta-feira (14), cinco palestinos foram mortos em ações das forças de segurança de Israel na Cisjordânia ocupada. O anúncio foi feito por autoridades locais e a agência palestina de notícias Wafa, no que o Exército israelense chamou de "operações antiterroristas".

Visita histórica reaproxima grupos palestinos 

O presidente palestino Mahmoud Abbas disse no Parlamento turco na quinta-feira que está planejando visitar a Faixa de Gaza junto com outros integrantes da liderança palestina. Ele também disse que planeja visitar Jerusalém.

De acordo com fontes palestinas, espera-se que Abbas queira entrar em Gaza pela passagem de fronteira de Rafah, o que desafiará os EUA e o Egito. A visita histórica marca um novo passo na reaproximação dos dois principais grupos palestinos, que estavam rompidos desde 2007, com o Hamas comandando a Faixa de Gaza, e o Fatah, a Cisjordânia. 

Em julho, representantes de 14 de Fatah e Hamas assinaram a Declaração de Pequim, onde concordam alcançar uma unidade nacional abrangente que inclua todas as forças dentro da estrutura da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), e formar um governo nacional de consenso. 

Em Moscou na terça-feira, Abbas ouviu do presidente russo, Vladimir Putin, que o país apoia um "Estado palestino de pleno direito".

 

*Com AFP, Al Jazeera e Haaretz

 

Edição: Leandro Melito