O governo cubano negou que tenha cometido qualquer tipo de interferência na política interna da Venezuela. Em nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores afirmou nesta terça-feira (20) que quem acusa o país quer “enganar a opinião pública com acusações falsas e maliciosas”.
O comunicado oficial veio após declarações feitas pela líder da extrema direita venezuelana, María Corina Machado, que no dia 17 de agosto afirmou que "Cuba tem exercido uma incidência terrível em muitas áreas [na Venezuela]; em métodos de repressão, perseguição, espionagem e tortura".
As declarações de Machado foram feitas em uma entrevista ao jornalista León Krauze, um dos representantes da imprensa conservadora mexicana que faz oposição ao governo de Andrés Manuel López Orador. Apesar das graves alegações feitas, durante os 40 minutos da entrevista Machado não revela nenhuma evidência que sustente essas afirmações, nem o entrevistador faz nenhuma pergunta sobre elas.
Em sua resposta, o Ministério das Relações Exteriores de Cuba atribui as declarações de Machado ao “desespero para esconder o fracasso dos planos de golpe na Venezuela”. Além disso, aponta a líder da oposição como uma “representante das oligarquias e dos interesses geoestratégicos dos EUA”.
“Não é Cuba que interfere – e nunca interferirá – na vida política e econômica de outro país com sanções, pressões e planos de mudança de regime. Não é Cuba que lança uma campanha midiática para minar as instituições venezuelanas, colocando em risco a vida de milhares de pessoas e ignorando a vontade da maioria”, disse o governo cubano.
Esta é a quarta declaração pública feita pelo governo cubano para negar seu suposto envolvimento no conflito que atravessa a Venezuela desde as eleições de 28 de julho. Em cada uma dessas declarações, Cuba afirmou que “aqueles que tentam impor calúnias a Cuba são os mesmos que apoiam e praticam a intromissão, a manipulação e o incentivo à violência”.
“A oligarquia venezuelana sabe muito bem que a Revolução Bolivariana pôs fim a décadas de tortura, desaparecimentos forçados e assassinatos. Por outro lado, os irresponsáveis falsificadores da realidade ignoram as práticas volumosas de interferência e repressão de seus mentores, os Estados Unidos da América”, afirma o comunicado.
Ao mesmo tempo, destaca que “o papel dos EUA no apoio à Operação Condor na América Latina e no Caribe e no treinamento de mercenários e forças militares golpistas é bem conhecido” ao mesmo tempo em que denuncia “práticas repressivas contra seu próprio povo”, por parte de Washington como a “repressão de estudantes universitários que se manifestavam contra o genocídio em Gaza”.
Edição: Lucas Estanislau