Motim

Detentos fazem reféns em prisão na Rússia: o que se sabe até agora?

Rebeldes dizem ser ligados ao Estado Islâmico e exigiram dinheiro e um helicóptero para soltar reféns

Brasil de Fato | São Petersburgo (Rússia) | |
Imagem de arquivo de policiais russos usando máscaras em frente a colônia penal de segurança máxima russa. - Kirill Kudryavtsev/AFP

Um grupo de prisioneiros fez reféns em uma prisão na região russa de Volgogrado nesta sexta-feira (23), resultando na morte de um dos criminosos. De acordo com as últimas informações, todos os reféns foram resgatados após uma operação das forças especiais de segurança russas.

Segundo o chefe do Comitê da Duma sobre Política de Informação, Alexander Khinshtein, todos os quatro detentos que fizeram reféns na região de Volgogrado foram "neutralizados" por atiradores da "Rosgvardia" (Guarda Nacional da Rússia). Ele afirmou que a operação para libertar os reféns foi bem sucedida.

Durante o motim, em uma mensagem por vídeo, os detentos reivindicaram associação ao grupo terrorista Estado Islâmico e exigiram 2 milhões de rublos (cerca de R$ 121.500), um helicóptero e um corredor aéreo para poder se deslocar para o sul.  

Inicialmente, o Serviço Penitenciário Federal informou que "houve vítima", mas não forneceu mais detalhes. Posteriormente, de acordo com um representante da Diretoria de Investigação da Rússia para a região, citado pela agência Ria Novosti, pelo menos uma pessoa morreu em decorrência do motim.

Já o governador da região de Volgogrado, Andrey Bocharov, informou que pelo menos quatro funcionários do Serviço Penitenciário Federal ficaram feridos e foram hospitalizados em uma clínica local. No entanto, ainda não há números oficiais de mortos e feridos e estes dados podem mudar ao longo do dia. 

Os perpetradores que fizeram os reféns afirmaram ser associados ao Estado Islâmico e que estavam buscando vingança pelos detidos no caso do ataque terrorista à casa de shows Crocus City Hall, em Moscou, em abril.  

Ao comentar o incidente em Volgogrado, a representante do Conselho de Direitos Humanos para Presidente da Federação Russa, Eva Merkacheva, declarou que o radicalismo nos locais de detenção está crescendo, enquanto há uma escassez significativa de pessoal nas colônias de prisão máxima, o que gera problemas de segurança para os funcionários.  

Um caso semelhante aconteceu em 16 de junho no centro de detenção provisória de Rostov. Prisioneiros condenados por acusações de terrorismo fizeram dois funcionários do sistema penal de reféns. No mesmo dia, o Serviço Penitenciário Federal da Rússia anunciou a eliminação dos presos e libertação dos funcionários.

Edição: Rodrigo Durão Coelho