O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, realizou nesta sexta-feira (23) visita a Kiev. Durante reunião com o presidente Volodymyr Zelensky, Modi fez um apelo para a Ucrânia e a Rússia iniciarem negociações de paz.
"Só é possível encontrar uma forma de resolver o conflito através do diálogo e da diplomacia. E precisamos avançar nessa direção sem perder tempo. Ambos os lados devem sentar-se à mesa de negociações e procurar uma saída para esta crise", disse Modi a repórteres ao lado de Zelensky.
Durante a reunião com o líder ucraniano, Modi manifestou a disponibilidade para atuar como mediador na busca pela paz.
"Quero assegurar que a Índia está pronta para desempenhar um papel ativo em qualquer tentativa de avançar em direção à paz. E, se eu pessoalmente puder desempenhar qualquer papel, o farei, garanto como amigo", acrescentou o primeiro-ministro.
A visita de líder indiano à Ucrânia foi tratada tanto por Modi como por Zelensky como "histórica". 'Esta visita é muito amigável e importante para todos os ucranianos", disse Volodymyr Zelensky à repórteres.
O presidente ucraniano também expressou esperança de que a Índia se junte ao comunicado conjunto da cúpula para a paz na Ucrânia, realizada na Suíça em junho. Ele também agradeceu a Modi pelo apoio da Índia à soberania e integridade territorial da Ucrânia, bem como pela assistência humanitária ao país.
Esta é a primeira visita de um primeiro-ministro indiano à Ucrânia desde a sua independência em 1991. Há um mês e meio, Modi se reuniu com o presidente russo, Vladimir Putin, em Moscou. Na ocasião, Zelensky criticou o líder indiano por manter boas relações com a Rússia em meio à guerra contra o seu país.
Desde o início da guerra, a Índia se absteve de condenar diretamente a Rússia pela guerra e não se juntou ao Ocidente nas sanções contra Moscou. O país regularmente defende a resolução do conflito militar através do diálogo. Ao mesmo tempo, Nova Deli repetidamente defende o respeito pelo princípio da soberania e integridade territorial dos Estados, apelando a negociações pacíficas e criticando a morte de civis.
Edição: Rodrigo Durão Coelho