Eleições municipais

Tabata Amaral publica vídeo relacionando Pablo Marçal ao crime organizado

Candidato nega que tenha qualquer relação com organizações criminosas

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
No vídeo de cerca de dois minutos, a deputada destaca a relação entre Pablo Marçal e nomes já indiciados - Reprodução/TV Band

A candidata à Prefeitura de São Paulo Tabata Amaral (PSB-SP), publicou um vídeo em suas redes sociais, na noite desta quinta-feira (22), no qual relaciona o seu adversário Pablo Marçal (PRTB), a uma facção criminosa e ao tráfico de drogas.  

No vídeo de cerca de dois minutos, a deputada destaca a amizade entre Marçal e o empresário Renato Cariani, que foi indiciado pela Polícia Federal (PF) por tráfico de drogas, associação criminosa e lavagem de dinheiro. “Renato Cariani é muito amigo do Pablo Marçal. Ele é réu por tráfico de drogas, suspeito de abastecer o PCC”, afirma Amaral. 

De acordo com a corporação, Cariani teria desviado produtos químicos para a produção de toneladas de drogas. “As investigações revelaram que o esquema abrangia a emissão fraudulenta de notas fiscais por empresas licenciadas a vender produtos químicos em São Paulo, usando ‘laranjas’ para depósitos em espécie, como se fossem funcionários de grandes multinacionais, vítimas que figuraram como compradoras", informou a PF na época da Operação Hinsberg. 

Em seguida, Tabata Amaral fala sobre o presidente nacional do PRTB, Leonardo Alves de Araújo, conhecido como Leonardo Avalanche. “O maior aliado político do Marçal é Leonardo Avalanche, presidente do partido dele... O cara que bancou o Marçal como candidato. O Avalanche foi gravado confessando que soltou André do Rap, um dos líderes do PCC.” 

André do Rap é apontado como uma das principais lideranças da facção criminosa. Ele está foragido desde 2020, quando foi solto após ser beneficiado por uma decisão do então ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF)

“Eu sou o cara que soltou o André [do Rap]. A turma não sei se vai te contar isso. Esse é o meu trabalho, entendeu? A próxima, agora, a gente vai botar um lugar acima dele. Esse é o meu dia a dia […] Eu faço um trabalho bem discreto”, afirmou Avalanche em áudio divulgado pela Folha de S. Paulo. 

Na sequência, a candidata do PSB afirma, no vídeo publicado em suas redes, que “Avalanche também admitiu ter relações com outro líder do PCC, Piauí, que é irmão de Valquito, visto em Paraisópolis com Pablo Marçal”, diz Tabata Amaral ao mostrar uma foto de seu adversário abraçado com Valquito. Segundo apuração do jornal, o Piauí seria Francisco Antonio Cesário da Silva, ex-chefe do PCC na favela de Paraisópolis, na Zona Sul de São Paulo.  

Tabata Amaral também fala da relação entre Tarcísio Escobar de Almeida e Júlio César Pereira, investigados por tráfico de drogas e organização criminosa, e o partido de Pablo Marçal. “Escobar, que também está próximo de Marçal, está sendo investigado por trocar carros de luxo por cocaína, junto com seu sócio Júlio César Pereira, conhecido como Gordão, e está vinculado a Francisco Chagas de Souza, o Coringa, preso por ligação com o PCC.” 

Segundo uma apuração do Estadão, Escobar já foi nomeado presidente do diretório estadual do PRTB pelo próprio Avalanche em março deste ano. Ele teria ficado apenas três dias no cargo, por não ter título de eleitor, mas o suficiente para se apresentar como dirigente e ter reuniões com aliados. 

Escobar e Pereira foram indiciados no ano passado. De acordo com a Polícia Civil de São Paulo, ambos utilizavam o dinheiro da venda de veículos de luxo para a compra de grandes quantidades de cocaína, que era revendida a preços elevados, com a ajuda de um integrante de uma facção criminosa. 

Ao final da publicação, Tabata Amaral afirma que “tem uma figura que liga todos esses nomes” ao mostrar uma foto de Marçal. “Eu não vou permitir que a nossa cidade caia na mão dessa gente”, finaliza a candidata. 

Ao longo de debates e entrevistas, tanto Marçal quanto Avalanche negam qualquer relação com o crime organizado. 

Edição: Nathallia Fonseca