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Bela Gil: 'O povo brasileiro está morrendo pela boca'

Cozinheira defende fortalecer políticas públicas e redistribuir trabalho doméstico para combate aos ultraprocessados

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Bela Gil: 'A gente precisa redistribuir esse trabalho entre os gêneros dentro de casa, mas, para além do âmbito doméstico, e isso através de políticas públicas e conscientização' - Foto: Marcelo Ferreira
Não basta mais falar só de acesso à comida, tem que ser uma comida de qualidade

"Muitas vezes, numa mesma família, a gente tem uma criança desnutrida e um adulto obeso. E por que isso se dá?", questiona a chef de cozinha e apresentadora Bela Gil.

"A única resposta que a gente tem é ultraprocessados, porque são produtos palatáveis, gostosos, fáceis de fazer, não demandam muito acesso a outras necessidades básicas como água, por exemplo. Você só abre o pacotinho e come, não precisa cozinhar um feijão, por exemplo. E são muito baratos", explica a especialista em alimentação saudável em entrevista ao programa Bem Viver desta segunda-feira (26). 

Há três anos, a chef de cozinha abriu o restaurante Camélia Òdòdó, localizado na Vila Madalena, em São Paulo (SP), que proporciona o circuito curto do alimentos, ou seja, prioriza a compra dos ingredientes do menu de pequenos produtores que plantam de acordo com ciclo da natureza e respeitam condições de trabalho dos agricultores e agricultoras, explica Bela Gil.

Desde que começou sua carreira como personalidade pública, a cozinheira vem desafiando os costumes e paladares da população ao mostrar outras formas possíveis de cozinha, que, segundo ela, são resgastes da nossa "memória ancestral".  

A chef defende que essa é a única maneira de evitarmos dezenas de milhares de mortes que acometem anualmente a população brasileira por conta de má alimentação. 

"Não basta a gente falar da fome e falar de quantidade de alimentos. A gente precisa falar da qualidade dos alimentos, porque hoje eu costumo dizer que as pessoas estão morrendo pela boca: ou por falta de comida, pessoas com desnutrição, pessoas em segurança alimentar grave, pessoas realmente passando fome; e, ao mesmo tempo, porque estão comendo ultraprocessados em excesso", explica. 

"Saiu um estudo recentemente mostrando que 57 mil pessoas morrem por ano devido ao consumo direto de produtos ultraprocessados, então a gente entende que não basta mais falar só de acesso à comida, tem que ser uma comida de qualidade." 

Sobre isso, Bela Gil compartilhou uma receita ao longo da entrevista: um creme de manga e inhame que ela faz e é sucesso entre os filhos.

"Então é inhame cozido, batido com manga, gengibre e você pode colocar outras especiarias. Não precisa nem adoçar quando a manga está bem docinha, e fica um creme muito gostoso", explica. "E isso diz muito, diz muito, porque a gente sabe quem é que cultiva o inhame. A gente não tem um latifúndio de inhame. A gente sabe quem é uma produção campesina, uma produção, muitas vezes, agroecológica”. 

Na entrevista, Bela Gil defende também uma "redistribuição do trabalho doméstico" para não sobrecarregar mulheres, uma reflexão sobre essa cultura e também mais apoio a política públicas de fomento à alimentação. 

Confira a entrevista na íntegra

O Brasil voltou ao rumo para sair do Mapa da Fome?

Sim, eu acho que a gente pegou um grande fôlego com a retomada das políticas públicas que estão totalmente relacionadas ao combate à fome. 

Eu acho que o programa das cisternas, o fomento rural, o Pnae, o Programa Nacional de Alimentação Escolar, o PAA, que é o Programa de Aquisição de Alimentos, o Bolsa Família... Simplesmente a retomada dessas políticas públicas fez com que a gente, em menos de dois anos, tirasse mais de 20 milhões de pessoas da fome.  

Com esse fato, com essa conquista, eu tenho uma esperança de que, ao final, por exemplo, desse governo, a gente consiga atingir essa grande conquista de tirar o Brasil do Mapa da Fome. 

Você teme que essa saída do Mapa da Fome seja maquiada por um incentivo ao consumo de ultraprocessados?

Quando a gente fala de fome no Brasil, é uma questão muito complexa. Eu viajo muito o Brasil e conheço muitos lugares e populações em situações muito vulneráveis e vejo que, muitas vezes, numa mesma família, a gente tem uma criança desnutrida e um adulto obeso. 

E por que que isso se dá? A única resposta que a gente tem é ultraprocessados, porque são produtos palatáveis, gostosos, fáceis de fazer, não demandam muito acesso a outras necessidades básicas, como água, por exemplo. Você só abre o pacotinho e come, não precisa cozinhar um feijão, por exemplo. E são muito baratos.  

A gente precisa de políticas públicas que limitem o acesso a esses alimentos junto com um incentivo, um fomento, à alimentação saudável.  

Não basta a gente falar da fome e de quantidade de alimentos. A gente precisa falar da qualidade dos alimentos, porque hoje eu costumo dizer que as pessoas estão morrendo pela boca: ou por falta de comida, pessoas com desnutrição, pessoas em segurança alimentar grave, pessoas realmente passando fome; e, ao mesmo tempo, porque estão comendo ultraprocessados em excesso. 

Saiu um estudo recentemente mostrando que 57 mil pessoas morrem por ano devido ao consumo direto de produtos ultraprocessados, então a gente entende que não basta mais falar só de acesso à comida, tem que ser uma comida de qualidade. 

No Brasil, algumas pesquisas apontam como a população, no geral, é contra o consumo de agrotóxicos, especialmente quando se trata da alimentação. Mas somos campeões no uso desses venenos. Como isso acontece, Bela?

As pessoas têm a noção de que os agrotóxicos fazem mal e elas não querem agrotóxicos na comida, mas, ao mesmo tempo, elas são envolvidas, elas são encantadas com aquele discurso de que a gente precisa dos agrotóxicos porque o nosso PIB depende do agronegócio. 

O agronegócio é que leva o Brasil nas costas, é o agronegócio que mantém a nossa balança comercial positiva, mas não é isso que alimenta a gente.

A gente pode reavaliar essa economia, né? De que vale o nosso PIB se a gente tem pessoas passando fome? De que que vale o nosso PIB se ele é conquistado a custas de, muitas vezes, exploração no campo, assassinato no campo, a custas de muito sangue, muito conflito, destruição da nossa biodiversidade, da flora, da fauna... 

Claro que a narrativa política manipula a cabeça dessas pessoas. A gente vê na maior emissora essa propaganda enaltecendo o agronegócio como se a gente dependesse deles para sobreviver em todos os âmbitos da nossa vida. 

E não é o caso: 70% da comida que a gente consome vem da agricultura familiar. E essa agricultura, esses camponeses, eles têm só 30% da terra.  

O nosso principal alimento tradicional, que a gente reconhece com carinho, com afeto, o nosso arroz e feijão, a gente está importando! O feijão está vindo da Argentina. Por que isso?  

Hoje, no Brasil, 70% das mortes são decorrentes de doenças crônicas não transmissíveis, câncer, diabetes, obesidade, que estão relacionadas ao nosso estilo de vida e, consequentemente, relacionadas à forma como a gente se alimenta.  

A informação, o conhecimento são fundamentais para que as pessoas consigam começar a conceber melhores escolhas na alimentação. 

Mas informação não é o suficiente, porque a gente pode até saber o que é melhor, mas se ela não tem outros tipos de acessos, como acesso financeiro ou até mesmo acesso físico ao alimento, não adianta só informação.  

Há 10 anos, mais ou menos, você apareceu na TV apresentando uma melancia na churrasqueira e isso virou meme. Mais recentemente, no podcast Mano a Mano, você ouviu do Mano Brown como ele virou motivo de chacota por ter apresentado o suco verde na casa dele. Você acredita que o Brasil vive uma cultura contra alimentação saudável?

Eu acho que sim, mas isso está mudando. A gente precisa de uma conscientização cultural em relação à alimentação saudável. 

É engraçado na nossa cultura que a gente acha que a criança é feliz quando ela está se enchendo de besteira, de porcaritos, né?  

E então eu faço, normalmente, uma pergunta que é: se um adulto diz que mudou a dieta ou cortou o açúcar, por exemplo, ou diminuiu o consumo de açúcar, enfim, e está se sentindo muito bem, está dormindo melhor, se sentindo melhor, uma pessoa mais saudável, o que que a gente fala para essa pessoa?  

"Nossa, parabéns, que bom, estou muito feliz por você, queria fazer o mesmo, o que que você está fazendo?" 

Agora, se é essa situação com uma criança, um responsável, uma mãe, um pai que nega uma besteira, um pirulito, um doce, um refrigerante para uma criança. O que que acontece? Normalmente, qual é a resposta? 

"Nossa, coitadinho. Deixa essa criança ser feliz, é só um pirulito, é só um refrigerante. Eu tomei refrigerante a minha infância inteira, tomava refrigerante na mamadeira." 

A gente tem culturalmente essa noção de que uma criança só é feliz se ela tem acesso a essas porcarias. E a gente pode e deve mudar, porque cultura, tradição, ela está em movimento, ela é mutável, a gente pode mudar essa cultura. 

E eu acho que o meu trabalho, como você colocou muito bem, de uma década atrás pra cá, mudou muito o conceito e a consciência de muitas pessoas em relação à alimentação.  

O que eu fazia 10 anos já era visto como chacota, meme, piada, era motivo de risada e hoje já é levado a sério. Coisas que eu apresentava no meu programa de culinária, leites vegetais, por exemplo, as pessoas falavam "nossa, não, mas leite só de vaca! Como você está inventando leite de aveia, leite de castanha, leite disso, daquilo”. 

Agora você vê na prateleira de supermercado, está aí.  

Como devemos olhar para as mulheres pretas nessa luta por uma alimentação saudável para toda população?

Quando a gente fala de alimentação saudável, a comida de panela, é uma comida feita por pessoas. Ela só é possível se alguém está fazendo essa comida, e, normalmente, quem faz essa comida?  

A gente sabe que, historicamente, no nosso país, são mulheres pretas. Então, quando a gente fala de alimentação saudável, a gente tem que fazer um recorte de classe, de raça e de gênero, isso é fundamental. 

Os produtos ultraprocessados estão matando as pessoas, quase 60 mil mortes por ano por causa dos produtos ultraprocessados. E a comida de panela é uma forma de a gente prevenir essas mortes, só que alguém tem que fazer essa comida. 

Então não dá para a gente dissociar a pauta da alimentação da pauta do trabalho, do cuidado, da economia do cuidado, do trabalho doméstico não remunerado.  

Essas duas pautas têm que seguir juntos, porque é muito fácil eu falar sobre alimentação, sobre comida, mas eu faço isso na prática? 

Uma mulher negra da periferia, que pega duas conduções, três horas de transporte, para chegar num trabalho, volta para casa, tem quatro, cinco filhos para alimentar, como que ela vai fazer essa comida? 

Então a gente precisa olhar para essas mulheres, para o trabalho do cuidado, para que a gente consiga fazer com que a alimentação saudável se torne uma realidade para essas mulheres que normalmente estão fazendo a comida de outras pessoas.  

E como que a gente pode começar a pensar nisso? Através de políticas públicas. É através do Programa Nacional de Alimentação Escolar, que alimenta 50 milhões de crianças por dia no nosso país, isso é uma alimentação de qualidade.  

É nisso que eu estou falando sobre redistribuir esse trabalho. Se eu não estou cozinhando, se ela não está cozinhando pro filho, alguém, a merendeira, a cozinheira escolar está fazendo esse trabalho e ela precisa ser valorizada, ela precisa ser respeitada.  

A gente precisa de mais cozinhas solidárias, de mais cozinhas comunitárias, de mais restaurantes populares, para que esse fardo do cozinhar - porque eu venho da televisão como apresentadora e cozinheira de programa de culinária, mas eu sei o trabalho que é cozinhar.  

Cozinhar não é simplesmente "ah, que maravilha", isso acontece quando você não tem o fardo de cozinhar todos os dias e, sim, você pode tirar um domingo para cozinhar. 

Então a gente precisa redistribuir esse trabalho entre os gêneros dentro de casa, mas, para além do âmbito doméstico, e isso através de políticas públicas e conscientização. 

Principalmente os homens precisam começar a assumir o seu papel dentro de casa. 

E agora, para fechar, tu compartilha uma receita com a gente?

Olha, me veio a cabeça um creme de manga que eu faço, que é delícia e que os meus filhos amam, e é a base de inhame.  

Então é inhame cozido, batido com manga, gengibre e você pode colocar outras especiarias. Não precisa nem adoçar quando a manga está bem docinha, e fica um creme muito gostoso. 

A  gente precisa reativar também a nossa memória ancestral de alimentos que muitas vezes acabam sendo perdidos na correria do dia a dia. 

E isso diz muito, diz muito, porque a gente sabe quem é que cultiva o inhame. A gente não tem um latifúndio de inhame. É uma produção campesina, uma produção, muitas vezes, agroecológica. 

É a forma que a gente tem, principalmente morando em cidade, em áreas urbanas, de a gente conseguir alimentar essa luta, não só reforma agrária, mas pela alimentação saudável e pela conservação do meio ambiente.


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Edição: Martina Medina