Disputa eleitoral

Eleições 2024: MST promove formação política para candidaturas alinhadas à reforma agrária

'Objetivo é fazer disputa política, principalmente porque os nossos territórios também estão em disputa', diz movimento

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Entre os eixos da formação estão temas como comunicação, tecnologia e direito eleitoral - Foto: Elineudo Meira/@fotografia.75

Cerca de 60 candidatas e candidatos às eleições municipais participam, nesta quarta-feira (28), de uma formação política e jurídica na cidade de São Paulo. Entre os eixos da formação estão temas como comunicação, tecnologia e direito eleitoral.

O evento visa ainda fazer os últimos ajustes estratégicos para alinhar as candidaturas a pautas do movimento popular campesino, incluindo a defesa da reforma agrária e da alimentação saudável através da agroecologia. 

Oriundos de dez regiões do estado de São Paulo, cerca de 90% dos participantes são do PT, mas também há representantes de outros partidos do campo progressista e de apoio ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva, como Psol, PV e PSB. A intenção é alinhar cerca 90 candidaturas paulistas à pauta do movimento.

Em julho, o MST lançou mais de 700 pré-candidaturas que disputarão as eleições municipais de 2024 em todo o país. Nos demais estados, as formações estão acontecendo de maneira virtual, segundo Marcio Santos, membro da direção nacional do MST pelo estado de São Paulo.

Territórios em disputa 

Santos explica que a entrada do MST na política institucional tem como meta formar lideranças que representem os assentamentos do movimento, além de comunidades tradicionais, como quilombolas e ribeirinhas. 

"Ao longo da história, a gente terceirizou essa representação para outros candidatos do campo de esquerda, mas que estão, muitas vezes, na cidade, e não diretamente nos territórios", diz. 

"O objetivo é fazer uma disputa política, principalmente porque os nossos territórios também estão em disputa. Em disputa pelo agronegócio, pela ideologia burguesa, pelo bolsonarismo, por esse ideal neofascista."

Na avaliação do membro da direção do MST, as candidaturas possuem um potencial importante de voto, já que são encabeçadas por lideranças legitimadas nos próprios territórios de origem. Porém, ainda que nem todos sejam eleitos, as candidaturas poderão criar referência nas comunidades para as próximas disputas eleitorais. 

Outra intenção é levar a pauta ideológica aos mandatos municipais, tidos como mais pragmáticos. "Geralmente, é um mandato que visa cuidar da estrada, da ponte, o que é importantíssimo, mas esse mandato também tem que representar uma posição de classe, um projeto de município, que também é um projeto de país."

Edição: Thalita Pires