O economista Gabriel Galípolo será mesmo indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a presidência do Banco Central (BC). A indicação foi anunciada nesta quarta-feira (28) pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).
O nome de Galípolo será encaminhado ao Senado para avaliação da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Lá, passará por sabatina. Caso seja aprovado, vai substituir Roberto Campos Neto, que foi indicado a presidência do BC pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e tem mandato até o final deste ano.
Galípolo já trabalha no BC desde julho do ano passado. É o atual diretor de Política Monetária do órgão, cargo considerado o número 2 da instituição. Nessa diretoria, ele exerce um papel importante na discussão da taxa básica de juros da economia nacional, a chamada Selic, um tema de frequente tensão entre Lula e Campos Neto.
Ele, assim como Campos Neto, é um ex-banqueiro. Foi presidente do Banco Fator, focado em investimentos financeiros, de 2017 a 2021. Campos Neto presidiu o Santander.
Bem antes disso, fez graduação e mestrado em Economia na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Ele deixou a academia em 2008. De lá, foi trabalhar em secretarias do governo do estado de São Paulo durante a gestão de José Serra (PSDB). No governo Serra, dirigiu a área de estruturação de projetos de concessões e parcerias público-privadas (PPPs).
Galípolo deixou o governo em 2009 e fundou uma consultoria própria, com a qual trabalhou mesmo ocupando cargo de chefia no Banco Fator, até 2022.
Depois, virou conselheiro da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp) e pesquisador do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri). Em 2023, após a posse de Lula, foi convidado para ser secretário executivo do Ministério da Fazenda, o número 2 da pasta de Haddad.
Galípolo concedeu entrevista ao Brasil de Fato em maio de 2023, durante a Feira Nacional da Reforma Agrária. Na época ocupando a secretaria-executiva do Ministério da Fazenda, o economista frisou sua disposição par ao diálogo com todos os setores da sociedade.
"A gente precisa voltar a ter um espectro político democrático dentro do país, em que a concorrência, a competição é absolutamente normal, mas dentro desse espectro político democrático. O diálogo é o ponto essencial. A gente tem que dialogar com todo mundo. Eu vim agora diretamente de um evento da Faria Lima para cá [para a Feira Nacional da Reforma Agrária]", afirmou.
Edição: Nicolau Soares