Israel viveu, nesta segunda-feira (2), uma greve geral para pressionar o governo de Benjamin Netanyahu pela libertação dos reféns que estão sob poder do movimento palestino Hamas desde outubro na Faixa de Gaza.
O sindicato Histadrut convocou a paralisação depois que o Exército anunciou, no domingo (1º), que encontrou os corpos de seis reféns assassinados no território palestino.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou nesta segunda que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, não está fazendo o suficiente para obter um acordo. Questionado por um jornalista na Casa Branca – onde Biden se reunirá com negociadores estadunidenses que atuam no conflito em Gaza – se considera que o governante israelense estava fazendo o suficiente para obter o acordo, Biden respondeu: "Não".
A reunião de Biden com os negociadores sobre o acordo para a libertação dos reféns surge depois da descoberta dos seis reféns mortos, incluindo um cidadão de nacionalidade estadunidense. Há vários meses, Catar, Egito e Estados Unidos, países que atuam como mediadores do conflito, tentam convencer Hamas e Israel a aceitarem um acordo de cessar-fogo que inclua a libertação de reféns e de prisioneiros palestinos detidos por Israel.
Segundo o Ministério da Saúde de Israel, os resultados da autópsia indicam que os reféns, que tiveram os corpos recuperados no fim de semana, morreram devido a ferimentos de tiros à queima-roupa entre quinta e sexta-feira.
Mas um dirigente do Hamas, que falou sob a condição de anonimato, disse que vários reféns "morreram por tiros e bombardeios dos ocupantes" israelenses, e que alguns integravam a lista de pessoas que seriam libertadas no âmbito de um potencial acordo de cessar-fogo.
Os combatentes do Hamas sequestraram 251 pessoas: 97 continuam retidas em Gaza e 33 morreram, segundo o Exército israelense.
O massacre de Israel contra a população palestina já deixou 40.786 mortos em Gaza, segundo o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, governada pelo Hamas desde 2007.
Greve
Netanyahu, declarou no domingo que terá um "acerto de contas" com o Hamas, enquanto a pressão da população israelense para que o governo negocie um acordo de libertação dos reféns aumenta.
"Estamos parando tudo para garantir que nossa voz seja ouvida, para dizer que não queremos fazer nada até que eles estejam aqui", disse o manifestante Michal Hadas-Nahor à AFP em Tel Aviv, em referência às dezenas de reféns ainda sob poder do movimento islamista em Gaza.
"Espero realmente que isto faça a diferença, pois em caso contrário não sei como poderei viver neste país", acrescentou. Gil Dickmann, primo de Carmel Gat, um dos seis reféns que tiveram as mortes anunciadas no domingo, disse esperar que esta greve "seja um ponto de inflexão". "Tivemos que perder nossas coisas mais preciosas para que chegasse o momento desta greve geral (...) É horrível que tenhamos que pagar o preço, que o Carmel não esteja aqui conosco para ver isto", lamentou.
*Com AFP
Edição: Leandro Melito