Guerra da Ucrânia

Ataque russo a cidade ucraniana deixa mais de 40 mortos e 180 feridos

Novo bombardeio acontece em meio à uma intensificação dos ataques russos após intervenção ucraniana em Kursk

Brasil de Fato | São Petersburgo (Rússia) |
Bombeiros ucranianos trabalham para extinguir um incêndio em uma casa após um ataque com mísseis em Myrnograd, região de Donetsk, em 21 de agosto de 2024. - Genya Savilov/AFP

Um novo ataque russo à cidade de Poltava, no leste ucraniano, nesta terça-feira (3) deixou 41 mortos e mais de 180 feridos. O presidente Volodymyr Zelensky afirmou que dois mísseis balísticos atingiram um instituto educacional e um hospital na região.

De acordo com o líder ucraniano, um dos prédios do instituto foi parcialmente destruído e pessoas ficaram presas sob os escombros. "Ordenei uma investigação completa e imediata de todas as circunstâncias do que aconteceu", escreveu Zelensky em seu canal do Telegram.

As autoridades locais declararam três dias de luto na região de Poltava pelas vítimas do ataque de mísseis desta terça-feira (3). 

"Uma grande tragédia para a região de Poltava e para todo o país. O ataque traiçoeiro do inimigo ceifou 41 vidas. Mais de 180 pessoas ficaram feridas. Sinceras condolências à família e amigos. A partir de amanhã, a região estará em luto de três dias. Abençoada memória a todos os que morreram", anunciou chefe da Administração Militar Regional de Poltava, Filipp Pronin.

O Ministério da Defesa russo, por sua vez, repetidamente enfatiza que os ataques a regiões ucranianas têm como alvo instalações militares e infraestruturas relacionadas. 

O presidente da comissão da Câmara Pública da Federação Russa sobre questões de soberania, Vladimir Rogov, informou nesta terça-feira que o ataque de tropas russas atingiu o Instituto Militar de Comunicações de Poltava.

Segundo Rogov, que também atua como co-presidente do conselho coordenador para a integração das regiões (regiões ucranianas anexadas pela Rússia), o instituto atingido se especializou na formação de pessoal nas áreas de radar e guerra eletrônica.

"Foram esses militares que foram atingidos por um ataque com mísseis. Isso aconteceu no momento da formação, da qual participaram inicialmente mais de cinco mil oficiais das Forças Armadas. O número de perdas do inimigo chega a centenas", disse Rogov.  

Ataques balísticos surpreendem forças ucranianas

A Força Aérea das Forças Armadas Ucranianas, citada por uma publicação do portal ucraniano Ukrayinska Pravda, comentou o ataque em Poltava e destacou o perigo dos mísseis balísticos russos para as áreas da linha de frente. 

"O alarme foi dado, mas, infelizmente, mesmo para a região de Poltava, o tempo de resposta à ameaça é muito curto, literalmente uma questão de minutos. A balística, especialmente nas regiões da linha de frente, é extremamente perigosa. 'Iskander M', 'Dagger', S300/400, qualquer balística voa muito rapidamente", diz a fonte das Forças Armadas Ucranianas.

"Assim que a Força Aérea tiver informações de inteligência de que o inimigo está lançando mísseis, ou mesmo que tal ataque está sendo planejado, ela imediatamente reporta e emite um alerta de ataque aéreo. Mais uma vez, pedimos a todos que sigam os protocolos de segurança e respondam aos sinais de ataques aéreos, para cuidarem das suas vidas e das dos seus entes queridos", acrescentaram as Forças Armadas Ucranianas.

Os mísseis balísticos russos exercem um fator de imprevisibilidade e uma pressão particular à defesa aérea ucraniana justamente por conta da sua velocidade e trajetória de voo até o alvo.

Edição: Leandro Melito